sábado, 27 de novembro de 2010

Enquanto há o caos...



Ontem a tarde, após o exército ter sido "convocado" para atuar nas ruas do Rio de Janeiro, comecei a ouvir pessoas dizendo que isso era anticonstitucional.
Lógico que as pessoas que falaram essa atrocidade, não mora nem perto de uma área de risco, pois o que eu vi foi o exército ser aplaudido na sua chegada ao Complexo do Morro do Alemão.
Para quem não sabe, eu morei no Rocha, bairro que ficava entre a comunidade do Jacarezinho e a Mangueira. Não era comunidade, mas não podíamos nem sair de casa com tranquilidade. Para quem não sabe onde fica o Rocha, só para lembrar foi onde atiraram no Cantor Marcelo Yuka e, onde recentemente mataram o médico Willian da Silva Castro Alves.
Para entender melhor, morei 4 anos no local e vi duas pessoas serem baleadas e mortas na minha porta - uma levou um tiro na cabeça e tive que ligar uma mangueira para lavar os miolos dela que estava espalhados na porta da minha garagem - tive minha casa arrombada e assaltada diversas vezes e o baile funk, contrariando todas as leis de silencio, estremeciam as janelas da casa até as tantas.
Nessa Rua Itararé, onde está acontecendo o confronto, nós tínhamos um casal de amigos que morava lá e que nos convidou, certa vez, para passarmos as festividades de Ano Novo e posso afirmar que "passei de ano" deitada no chão abraçada ao meu filho que era apenas um bebê porque os traficantes comemoravam atirando para o alto, com armamento pesado, inclusive balas traçantes.
Esses fatos já aconteciam há 15 anos atrás, quando resolvi me mudar para longe da violência.
Gostaria de lembrar a essas pessoas que gostam de criticar e de lembrar que existem os direitos humanos e que podem estar se revoltando com a prisão das esposas e advogados dos traficantes que, direitos humanos devem ser usados para seres humanos, o que, logicamente esses indivíduos não são.
Se morrem mais pessoas nas ruas do Rio de Janeiro do que no Iraque, por que o exército não pode agir?
Fui justamente esse pensamento que deu força para que criassem as milícias.








Vamos dar um basta nessa gente que se aproveita desse tipo de coisa para se promover. Os moradores do Rio de Janeiro já conhecem bem essa história: O sujeito aparece na mídia, critica todos os atos do poder público, montam uma ONG, depois viram deputados estaduais ou federais.
Não podemos mais olhar o traficante como fruto da desigualdade social.
Hoje o traficante usa táticas de guerrilhas, sua família vive em condomínios de luxo.
Outra coisa que gostaria de frisar é que esses homens do exército que estão ocupando as ruas do Rio de Janeiro estiveram em ações no Haiti, não são recrutas inexperientes. 
Se os nossos homens são amados nesse país, por que não pode lutar em uma guerra em seu próprio país?
Essa imagem romântica de traficante com consciência social só existe na ficção!
Uma criança de 9 anos está hospitalizada por se negar leva coquetéis molovs.
Uma outra criança foi apreendida com trinta mil dólares.
Ninguém quer essa guerra, tanto que os policiais firam a proposta para que os traficantes, descessem o Morro do Alemão de cuecas e se entregassem, mas isso não aconteceu até o momento.










Queria aproveitar esse momento para parabenizar os policiais, os homens da marinha e do exército que estão agindo nessa primorosa e urgente ação no Rio de Janeiro. 
Homens, que, apesar dos baixos salários e das precárias condições de trabalho, continuam resistindo bravamente.



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