quinta-feira, 30 de agosto de 2007

A magia da natureza


Os elementares.






Eu sei que com essa enxurrada de desenhos e filmes falando sobre magia o que eu vou falar parece até modismo, mas, estava eu observando o fogo que estava se espalhando pelo mato quando pensei: Existe coisa mais bela e mais destrutiva do que o fogo?
Não estou falando daquele fogo que acendemos todos os dias para cozinhar. Falo daquele que colocamos em um mato seco e que se espalha ao sabor do vendo, limpando, estalando, destruindo tudo que se encontra em seu caminho.
Sei que alguns “ecochatos” vão achar um absurdo eu colocar fogo no mato quanto mais filosofar sobre o fato, mas o calor e o brilho das chamas ao vento realmente me impressiona.
A natureza é a mais sábia e mais bela de todas as deusas e estavam certos os nossos antepassados quando a cultuavam.
O homem hoje na sua sabedoria cultua deuses de papel e não consegue explicar com clareza como o mundo e as coisas se formaram.
Mais fácil acreditar estarmos diante da mais bela deusa do que achar que alguém fez as coisas como elas são?
A natureza nos dá o pão, o ar, a terra, o fogo, a água e quando a destruímos sofremos as conseqüências por isso. O homem está sendo destruído simplesmente porque perdeu a fé na única e legítima deusa que o abriga: a natureza.
Toda magia que envolve nossas vidas vem da conjugação de todos os elementares que dela transpira. Impossível pensar que o homem cultue o ser humano como deus e criador dessa maravilha.
Quando o homem era mais humilde, pois não se achava conhecedor de tudo, cultuava a Grande Mãe como senhora de seu destino. Com o passar dos séculos, passou a investigar e atribuir deuses criadores e, como se achava melhor do que todos os seres, criou um deus a sua imagem e semelhança.
Alguns dirão que eu estou louca, que não terei direito ao reino dos céus, mas já está provado para todos que no céu só tem nuvens e que São Jorge não mora na Lua. Falam muito sobre céu e inferno, mas não explicam como um ser pode gerar outro perfeito. Temem uma vingança divina e não enxergam que ela vem todos os dias. Basta que joguemos lixo no chão para que as enchentes nos devolvam esse desaforo.
O culto do céu e do inferno deixou o ser humano numa situação muito confortável, pois se deus está no céu e o diabo no inferno, não deve dar satisfação a ninguém. Se errar é só pedir perdão que deus perdoa. Esquecemos de nos desculpar cada vez que cortamos uma árvore, como se ela não fizesse falta, como se fosse insignificante. Arrancamos tantas árvores que hoje estamos sofrendo com o aquecimento global. Sim, aquele ser que deveria ser retirado porque “estava atrapalhando” os nossos planos, hoje está nos fazendo falta.
Toda tecnologia não substitui o ar puro que precisamos para viver.
Eu, parto desse mundo feliz, pois a minha parte faço hoje e todos os dias. Enquanto as autoridades estão implorando para que as pessoas plantem ao menos uma árvore, eu plantei pelo menos dezoito.
A Deusa Mãe está nos cobrando o que nos deu de presente e nós desprezamos, esbanjamos, destruímos. Não éramos donos do planeta, ele apenas nos foi emprestado para que usássemos com sapiência.
Só agora estamos limpando o lixo que colocamos embaixo dos nossos tapetes persas. Produzimos tanto dinheiro, tivemos tanta ganância e agora estamos perdendo o nosso ar.
A sua, a nossa arrogância consumiu o nosso chão e o nosso ar. Estamos sufocando nossos animais, que nada entendem sobre a nossa burrice.
O homem se acha superior porque pensa, mas esse é o único fator que o coloca inferior aos demais animais. Foi por pensar em soluções que o homem perdeu seus instintos e se tornou preguiçoso e, se a Grande Mãe resolver acabar com sua mordomia e fazê-lo voltar para o princípio, acabando com suas mordomias, certamente muitos irão perecer.
Temos que acordar e voltar nossos olhos para a antiga religião! A única que esteve presente desde o princípio. Desde que o homem se escondia nas cavernas!
E não precisamos muito para isso, basta consertarmos todo mal que fizemos ao nosso planeta para termos de novo as graças da Mãe Natureza!

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Quando perdemos o medo?

Até bem pouco tempo atrás
Poderíamos mudar o mundo
Quem roubou nossa coragem?
Tudo é dor E toda dor vem do desejo
De não sentirmos dor”.


Quando era mais nova tinha muito medo: De morrer, de ser assaltada, violentada, sair na rua sozinha, de sofrer um acidente...
Hoje, depois de atravessar meio mundo em pleno domingo, cheguei à conclusão de que muito pouca coisa me mete medo.
Peguei 2 ônibus, estive em um terminal rodoviário totalmente abandonado e nada me assustava. Só tinha em minha mente o meu destino. Não que eu seja uma pessoa destemida, só que o medo não faz parte mais do meu vocabulário.
Talvez a vida já não tenha o mesmo valor para mim hoje, como tinha antes, não sei.
Ou talvez já tenha vivido tantas situações que não tenha mais noção do que seja realmente perigoso, ou não.
A vida nos torna experientes, mas, ao mesmo tempo mais duros e menos sensíveis.
Algumas vezes me sinto muito deprimida diante dos fatos. Não vejo saída para a nossa situação geral e vejo o tempo passar e transformar o belo em feio, o amanhã em nunca. Não consigo mais ter esperanças de que tudo vai mudar e que algo extraordinário vai acontecer. Onde foi que perdemos o rumo dessa nau?
Todos os dias ao assistir ao jornal vejo vidas se perdendo em vão.
Eu temo pelo meu filho, pois o mundo que deixo de herança para ele é um mundo odioso e cercado de injustiças.
O mundo em que vivemos hoje está sendo comandado pelo poder do dinheiro, essa é a única linguagem que todos entendem. As pessoas valem pelo que elas têm e não pelo que elas são. Nunca houve tanta divisão de classes como nos dias de hoje!
Quanto vale a vida de uma pessoa? Nada, as pessoas se destroem por conta de uns trocados no interior de uma carteira.
Da maneira que as coisas andam em breve a única coisa que vai ter realmente valor de mercado serão as munições. Estamos vivendo tempos em que prevalece a lei do mais forte, onde aquele que consegue subjugar é que é considerado deus. Na “luta do bem contra o mal”, a batalha está praticamente decidida e, por enquanto, independente de quem ganhe, todos estamos perdendo.
Rimos da nossa desgraça porque choramos diariamente das nossas vidas medíocres. Trabalhamos, estudamos, pagamos as contas sem motivação, sem vontade, sem brilho olhar e, talvez por isso, perdemos os medos. Passamos os dias tão sem brilho, sem mágica, que talvez nossas vidas não valham tanto assim para nós mesmos.
Os sonhos se perdem pelo caminho pedregoso que percorremos diariamente. Algumas vezes eu me permito sonhar. Fecho os olhos e vejo em volta numa realidade virtual, do modo que eu gostaria que as coisas fossem, não como são, mas esse delírio dura pouco.
Gosto de subverter a realidade, mesmo que por instantes, torna a realidade menos dura.
Algumas vezes penso que essa capacidade de abstração é que faz com que haja certa passividade, pois enquanto se sonha não se luta por dias melhores.
Arriscamos nossas vidas a troco de nada e não temos coragem para mudar a situação à nossa volta.
Perdemos o medo ou a coragem?
Eu mesma há bem pouco tempo tinha um ideal de vida muito bonito e hoje não consigo nem exercer os direitos que conquistei ao longo dos anos.
Falta-me ânimo, vontade, desejo...
Pego-me olhando para o nada e pensando no vazio. Como se esperando dos céus algo além da chuva. Esperando uma solução para o nada.
Eu cresci ouvindo a teoria de que o mundo iria acabar no ano 2000 e quando “virei” o ano iniciei 2001, pensei que a profecia tinha falhado, mas hoje, após presenciar tantos acontecimentos antagônicos, entendo melhor o seu significado: O mundo que conhecíamos até o ano 2000 realmente acabou, não existe mais. Os deuses são outros, as crenças são outras, tudo está mudado. Como se uma civilização inteira tivesse sido dizimada e, em seu lugar surgisse outra completamente diferente. Apenas um ou outro sobrevivente, assim como eu, foi poupado para contar para a nova geração como era tranqüilo viver no Planeta Terra, tempos atrás.
Sinto-me mesmo impotente diante da vida e dos fatos como estão ocorrendo. Nem a mim mesma eu reconheço mais. Não sei quando essa passividade foi incorporada à minha personalidade!!!
Costumo dizer que se eu morresse hoje, estaria feliz, pois já vivi tudo de bom nessa vida e que a vida que levo hoje não chega a ser sombra do que era no passado.
Talvez por isso me arrisque tanto: por não ter uma motivação forte para continuar vivendo em um mundo tão cruel como esse.
A doença que nos mata hoje é a intolerância, o desrespeito, a falta de decência.
Sinto-me sozinha nesse mundo doente. Um mundo em que sair na rua todos os dias é mais perigoso do que saltar de para quedas.
I need a hero!
Sim caro leitor, E preciso de um herói!
E por que está escrito em inglês?
Para que ver se consigo importar um herói, pois não vejo em nosso país ninguém disposto a fazer qualquer tipo de mudança. Ou será que todos desistiram de vez de serem felizes e se corromperam vendendo seus sonhos na hipótese patética de ter, ao invés de ser.