sábado, 30 de junho de 2007

O amor é prejudicial desde o princípio dos tempos

Para aqueles que acreditam que amor é salvação e não perdição eu inicio um série nesse blog que tentará provar justamente o contrário.




Ariadne




As desventuras de Ariadne ou Ariadna, filha de Pasífae e de Minos, rei de Creta, começaram quando ela deu a Teseu, seu amado, o fio que lhe permitiria sair do labirinto onde vivia o Minotauro, metade touro e metade homem. Depois de deixar Creta junto com Teseu, este, talvez obedecendo a ordens de Atena, abandonou-a à própria sorte na ilha de Naxos. O destino posterior de Ariadne é objeto de versões divergentes. Segundo uma, ela teria se suicidado em Naxos; segundo outra, teria encontrado a morte ao dar à luz em Chipre. A versão mais difundida é a de que Afrodite sentiu piedade pela jovem abandonada e lhe deu por esposo o deus do vinho, Dioniso. Dessa união teriam nascido dois filhos. Outra versão do mito afirma que Ariadne morreu em conseqüência da intervenção de outra deusa, Diana, por sua vez incitada pelo próprio Dioniso. A origem do mito de Ariadne deve ser buscada na Creta minóica e em algumas ilhas próximas, como Naxos, ou mais afastadas, como Chipre, onde era considerada deusa da vegetação. Os habitantes de Naxos, por exemplo, costumavam homenagear Ariadne com alegres festivais e sacrifícios de caráter ritual.


Nessa versão da história temos todos os pontos de uma relação: Uma mulher apaixonada, que foi enganada por um canalha e sofre por isso.
Todos os elementos completos de uma relação perfeitamente normal nos dias de hoje, só que na historia narrada acima a culpa de tudo era dos deuses do Olimpo que interferiam na vida dos homens na Terra, mas como explicar o fato nos dias de hoje?
Alguns fanáticos religiosos costumam colocar a culpa no demônio, mas para mim é só mais uma forma de justificar o injustificável.
Hoje de tarde eu assisti um filme que mostrava mais de uma relação falida. Nesse filme, a mulher enlouquecia antes de tentar tomar um rumo novo para sua vida. O que mais me impressionou no filme foi uma frase usada pela maioria dos homens no filme: “Não vale a pena discutir isso com você”.
Os homens falam isso o tempo todo, como se as mulheres fossem realmente umas retardadas e não tivessem capacidade de resolver os problemas em conjunto só porque um dia se apaixonaram.
Tenho pena de todas nós, tenho pena de mim.

Sem rumo

Hoje é sábado, mas não é um dia especial para mim, pelo contrário, é sim um dia muito ruim, pois descobri que eu estou cada dia mais propensa a me fechar em mim mesma, com um caracol que se nega a sair da casca até para se alimentar.
Eu não estou como disse no título sem rumo, só não reconheço mais o rumo que as coisas tomaram.
Eu a cada dia entendo menos as pessoas e olho para elas enquanto falam e tudo que reconheço é blá, blá, blá, blá...
Abro minha boca, falo e as pessoas ouvem blá, blá, blá, blá...
Cada dia falo menos, pois não consigo me fazer entender e também, por mais que me esforce, não entendo ninguém. Aliás. Talvez eu entenda, mas não queira acreditar.
Cada vez que decepciono com as pessoas, mais acabo me destruindo, pois não consigo ver graça na vida da maneira em que está e, pior, no que as pessoas estão se tornando.
De primeiro eu me isolava do mundo ouvindo som alto, hoje o meu isolamento se resume ao fone de ouvido do meu computador, pois a cada dia o meu espaço está mais reduzido, não consigo achar um lugar só meu. Se quiser ficar só tenho que sair de minha casa e, quando isso acontece, me sinto mais abandonada ainda porque fico longe de tudo que é meu!
Acho que fui criada com muitos mimos e, por isso não aprendi a dividir. Nunca tive que dividir, talvez tenha sido esta a origem de todo o meu problema.
Quando algo me aborrecia eu entrava no MEU quarto, ligava o MEU som no último volume com a porta fechada e o mundo lá fora acabava até EU estar de novo preparada para enfrentá-lo. Ninguém interferia, a não ser se meu irmão fizesse a mesma coisa no quarto dele, pois todos enlouqueciam na casa. Até hoje meus irmãos continuam com esse mesmo hábito e eu os invejo por isso, pois esse foi mais um direito que me foi negado ao longo dos anos.
Eu sempre tive essa tendência a me tornar um caracol, aliás, é esse o meu signo ascendente.
Algumas vezes temos que fechar os olhos para conseguir olhar em volta. A hora é quando o nosso coração se encontra em eclipse total, quando não conseguimos entender a realidade a nossa volta. Em outras é preciso se fechar para conseguir se abrir para a nova realidade.
Eu me sinto muito só nesse mundo em que criei, mas não tenho com quem reparti-lo, pois meus mecanismos de escape foram se diluindo com o tempo e sobraram apenas as obrigações, como se os direitos viessem tão taxados que foram abandonados com o tempo.
A pior coisa que me aconteceu com o passar dos anos foi perder a capacidade de sonhar, como se fosse algo tão obsceno que deveria ser abandonado por mim. Sinto falta dos meus sonhos e de planejar sobre eles. Talvez tenha me decepcionado de uma maneira tão absurda com a minha vida que não tenha mais me permitido sonhar ou tentar me sentir feliz.
Não acredito em felicidade, amizade, boas ações, vida melhor ou em qualquer coisa boa que possa vir do ser humano.
Não sou uma infeliz profissional, como muitos possam achar, porém estou me tornando uma pessoa cada vez mais sem sentimentos. Talvez em muito pouco tempo não consigam mais me ferir, pois não vou sentir mais nada, nem raiva, nem ódio, nada.
Os sentimentos bons foram sumindo na proporção em que me decepcionava com as pessoas e os ruins sumiram quando percebi que nunca me levaram a lugar nenhum.
Nada consegue me fazer feliz. NADA.
Queria, no entanto, atingir a perfeição: Gostaria que nada, nem ninguém conseguisse me afetar, NADA, mas infelizmente isso ainda acontece.
Foi isso que me motivou a escrever hoje. Foi o sentimento de impotência em relação a vida e ao mundo.
Algumas vezes gostaria que a minha alma tivesse sido congelada em algum ponto em tenha realmente sido feliz. Assim como esses momentos ficaram congelados em minha mente e cada vez que ligo o som e ouço músicas antigas, fecho meus olhos e vejo esses momentos, como se eu nunca tivesse saído lá, como se tudo que estivesse me acontecendo nesse momento não importasse mais.


O que levou os dinossauros à extinção?
Alguém sabe a resposta?
Eu sei: Eles eram muito grandes e, por isso, pouco adaptados à vida na Terra.




O ser humano também vai chegar a se extinguir. E vocês sabem por quê?
O ser humano pensa e, embora isso tenha feito com que ele tenha superado todas as limitações até os dias de hoje, o levará a total destruição.
O homem se tornou mesquinho e inútil ao seu próximo!


Numa visão muito romântica da coisa, ou como acreditávamos na década de 80, se o mundo acabasse hoje, sobrando apenas um casal e eu fosse a parte feminina de todo esse processo, o mundo iria acabar, pois não gostaria de ser responsável em trazer de volta uma civilização tão medíocre.
Por outra, se o mundo estivesse realmente vazio, por que me uniria a alguém. Ficaria sozinha de fato e de direito.
Vagaria pelo mundo nos escombros produzidos por toda ignorância e intolerância produzida ao longo dos séculos!


Acho que é assim que me sinto hoje: Como se o mundo tivesse acabado e eu estivesse vagando por entre o vazio da minha mente, recolhendo entre um escombro e outro alguma recordação que faça sentir bem ou que me leve de volta a um lugar de onde eu nunca deveria ter saído. De mim mesma.
Como se eu não morasse mais em mim, pois eu me olho e não me reconheço mais.
Não sei o que aconteceu comigo, só sei que me perdi entre os labirintos da vida e hoje eu não consigo mais me encontrar.


Eu não me sinto bem me isolando das pessoas, não é uma coisa natural, porém me sinto ainda pior quando tenho que conviver com elas.




Perdendo os Dentes
Pato Fu
Composição: John/Fernanda Takai




Pouco adiantou
Acender cigarro
Falar palavrão
Perder a razão
Eu quis ser eu mesmo
Eu quis ser alguém
Mas sou como os outros
Que não são ninguém
Acho que eu fico mesmo
diferente
Quando eu falo tudo o que penso realmente
Mostro a todo mundo que eu não sei quem sou
Eu uso as palavras de um perdedor
As brigas que ganhei
Nem um troféu
Como lembrança
Pra casa eu ganhei
As brigas que perdi
Estas sim
Eu nunca esqueci
Eu nunca esqueci
Pouco adiantou
Acender cigarro
Falar palavrão
Perder a razão
Eu quis ser eu mesmo
Eu quis ser alguém
Mas sou como os outros
Que não são ninguém
Acho que eu fico mesmo
Muito diferente
Quando eu falo tudo o que penso realmente
Mostro a todo mundo que eu não sei quem sou
Eu uso as palavras de um perdedor
As brigas que ganhei
Nem um troféu
Como lembrança
Pra casa eu levei
As brigas que perdi
Estas sim
Eu nunca esqueciEu nunca esqueci
As brigas que ganhei
Nem um troféu
Como lembrança
Pra casa eu levei
As brigas que perdi
Estas simEu nunca esqueci
Eu nunca esqueci

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Meu pai: O homem mais admirável que já conheci.

Sabem aquelas pessoas que têm uma história admirável, repleta de muita sorte, grandes acasos e muita luta?
Pois é, uma dessas pessoas é meu pai.
Eu sou uma pessoa muito suspeita para falar dele, pois cada vez que começo eu o transformo numa espécie de semideus. As pessoas que me conhecem chegam a chamá-lo de São Francisco Celeiroz.
Não entendo bem os motivos que trouxeram meu pai ao Brasil, nem me interessa muito esse fato, mas sei que não trouxe muito dinheiro e tudo que obteve foi de seu próprio esforço.
Ao chegar ao Brasil, meu pai tinha apenas 18 anos e, se pensarmos bem, só isso já foi um ato de grande coragem e bravura, pois aos 18 eu não tinha certeza nem sobre a carreira que gostaria de seguir, quanto mais mudar de país, para longe da minha família, com pouco dinheiro.
Sei também que veio morar na casa de uns primos, uns dos poucos parentes de meu pai que cheguei a conhecer. Esses parentes tinham um bar e foi nesse bar que começou a trabalhar. Trouxe um malão enorme de ferro e um cobertor de pele de carneiro que, quando criança, chamava-o de “o português”.
Embora muitos que me conheçam pensem que meu pai veio direto ao Rio de Janeiro, não foi esse o destino inicial dele. Primeiramente, morou em São Paulo e foi lá onde começou toda a sua trajetória de sucesso.
Como disse, meu pai começou trabalhando em um bar, porém logo descobriu a sua vocação para o comércio. Lembro-me bem dele contar da sua aventura em uma firma chamada Internacional, acho que era uma empresa que fabricava tratores e peças. Contava com detalhes impressionantes como começou de balconista, passou a estoquista e logo chegou a vendedor de grande destaque na empresa.
A empresa fechou, pois era de capital estrangeiro e as mudanças na política brasileira, já não lhe eram tão favoráveis assim, porém ele tinha descoberto o que realmente gostava de fazer: vender.
Também sei que trabalhou entregando Sinca Chambord pelo país a fora. Eu não conheço um Sinca, mas sei da sua história e como foi importante para nosso país produzir esse carro e como ele falava com orgulho dessa época. Teve até um seriado de tv chamado Patrulheiro Rodoviário, cujo protagonista dirigia um carro desses. Por mais que as pessoas falem dessa série, eu não consigo me lembrar dela, mas das histórias que meu pai contava eu não me esqueço de nenhuma.
Quando meu pai e minha mãe se casaram, ele era caixeiro viajante e passava muito tempo fora de casa e quando eu nasci, logo comecei a sentir a sua ausência. Assim que comecei a entender, chorava muito porque queria ver o meu pai e minha mãe o mostrava sempre em um porta retratos com a foto do casamento. Um dia eu resolvi tirar o meu pai daquela “caixa” quebrando o tal porta retratos.
Foi então que ele resolveu ficar mais em casa e comprou um bar perto da auto escola do meu tio.
O bar não deu muito certo, pois trabalhava muito e o dinheiro que entrava era muito pouco, o seu objetivo de ficar com a família também não tinha sido alcançado, pois abria o bar às 6 da manhã e fechava à meia noite.
Vendeu o bar e começou a trabalhar com uma firma de livros importados que pretendia abrir uma filial no Rio de Janeiro. Mais uma atitude de grande coragem e desprendimento: partir para uma cidade desconhecida com uma criança com pouco mais de um ano. Assim o fizeram.
Meu pai veio primeiro para procurar um lugar para montar o escritório, que também deveria servir de casa.
Sem entender muito sobre a cidade, alugou um apartamento na Rua Pedro I na Praça Tiradentes. Centro da cidade!! Não era o melhor lugar para se criar uma criança, porém era ponto de referência para se ter um escritório e, como o dinheiro era pouco...
Após algum tempo, a firma de livros importados começou a andar mal das pernas e, meu pai prevendo o seu fechamento, vendeu o seu carro, um fusca 67, e comprou mercadoria para trabalhar. Logo se especializou em livros odontológicos. Meu pai saía para vender os livros e minha mãe ficava no escritório atendendo os vendedores, que na época não eram muito, mas com o tempo aumentariam.
Quando a firma fechou, como havia previsto meu pai, ele já tinha montado a Livraria Pedro I e já caminhava sozinho.
Moramos no centro do Rio até eu completar 5 anos, nesse meio tempo nasceu meu irmão do meio e já não morávamos mais colados ao escritório e sim em outro andar do mesmo prédio, mas por essa época, meu pai já tinha toda uma estrutura formada e não precisava mais sair para vender e minha mãe não ficava mais no escritório. Foi então que meu pai arranjou um vendedor que morava em Niterói e falou da tranqüilidade de se morar lá.
Meu pai pretendia tirar o escritório da Praça Tiradentes e levar para um outro local de melhor acesso e mudar para um lugar mais tranqüilo. Foi quando nos mudamos para um apartamento no bairro Ingá, em Niterói e meu pai deslocou a sua livraria para a Cinelândia.
A livraria cresceu muito e, pelo que sei, vivíamos muito bem.
Acho que nem preciso mais continuar a minha narrativa, pois tudo que gostaria de apresentar ao leitor, eu já consegui.
Meu pai sempre foi um homem que teve sonhos e os colocou em prática e venceu os obstáculos. Está certo que o mercado não era tão concorrido com hoje, porém, abrir as portas também não é algo assim muito fácil.
Por que narrei toda essa história? Talvez para mostrar a minha passividade em relação à vida ou porque talvez eu tenha passado tanto tempo admirando os feitos do meu pai que não percebi que o tempo passou, que todos envelhecemos e que eu não sou mais aquela meninha que era só ter um problema corria para as asas dele.
Eu não tenho uma história como a dele para contar, mas eu gostaria muito que todos não se esquecessem de como ele foi e continua sendo importante em nossas vidas, pois muitas vezes esquecemos disso. Nenhum dos 3 filhos que ele teve foi sequer brilhante e genial como ele, passamos a vida em sua sombra e, agora que está doente, tentamos nos recuperar e fazer algo que os nossos filhos venham a se orgulhar no futuro, mas nunca, jamais conseguiremos chegar perto da sua coragem e brilhantismo.

terça-feira, 26 de junho de 2007

O meu ratinho branco


Hoje, ao acordar, percebi que meu hamster branco não apresentava muito movimento, estava mesmo meio borocochô (como diria a minha mãe). Foi então que me dei conta que o bichinho já havia completado 2 anos e, para um hamster, é o tempo limite de vida.
Notando o bichinho visivelmente cansado, fiquei muito chateada e jurei para mim mesma nunca mais criar um bichinho desses.
Nem mesmo eu entendo porque eu crio esses bichos. Parece que foi ontem que meu filho chegou do colégio com um hamster malhadinho dentro de uma caixinha e tivemos que improvisar uma gaiolinha.
Nossa! Eu tinha verdadeiro pavor daquele bicho, mas no mesmo final de semana compramos mais 4 e uma gaiola horrível. Logo percebemos que iríamos precisar de um viveiro, pois a fêmea colocou para fora mais sete filhotinhos!
Derrepente eu tinha, de uma hora para outra, 10, 12 hamsters num viveiro. Começamos dando de presente para as crianças do condomínio e, logo a fêmea que teve os filhotinhos foi cruelmente assassinada por mim. Está certo que foi um homicídio culposo, sem intenção de matar, mas foi um horrível homicídio, uma vez que deixar a tampa do viveiro cair direto no focinho do bicho, não deve ser a maneira mais agradável de morrer.
O pai dos bichinhos era um animalzinho muito dócil, ao contrário da mãe, que só morreu por tentar me morder. O Fofucho passava o dia solto na mesa de centro da sala ou entre os nossos casacos. Era realmente muito engraçadinho e logo compramos outra fêmea, que batizamos de Fofolete.
A Fofolete era caramelo claro, bem peluda e logo na primeira cria teve 15 filhotinhos. Mais uma vez estava eu às voltas com um viveiro cheinho de pequenos ratinhos. Era mesmo divertido ficar olhando os bichinhos naquela rodinha idiota ou subindo e descendo de pequenos tubos ou se dependurando na gaiola, mas era muito bicho fazendo xixi e cocô para eu limpar.
Mal eu conseguia me livrar de uma ninhada, vinha outra em seguida! Resolvemos vender os bichinhos, mas também não se vendia com facilidade e o preço também não animava. Foi então que eu decidi separar o Fofucho da Fofolete.
Meu filho há muito já havia se desinteressado dos bichinhos, ficando as gaiolas aos meus cuidados.
Agora meu filho estava mais preocupado com um gato meio siamês, meio viralatas, que encontrara na rua.
Um dia eu bobeei com a gaiola da Fofolete e o gato a matou. Foi assim que começou a história do ratinho branco aqui em casa. O Fofucho morreu de velho e foi subistituído por um ratinho tão inexpressivo que nem me lembro o nome dele e nem me lembro de que morreu, mas fez bastantes filhotes também.
Quando o macho morreu, decidi que ficaria apenas com meu ratinho branco mal humorado. Esse ratinho não segue nenhuma lei no que diz respeito a sua raça, pois não fica acordado a noite toda, não gosta muito da rodinha e quase não sai da sua casa. Quando muito sai quando eu o chamo. Nem entendo muito bem o porquê de eu gostar tanto de um bichinho tão antipático! Talvez porque ele seja um pouco como eu, que não gosta muito de companhia e prefere passar horas sozinho.
Olhando para a gaiola hoje pela manhã, decidi que o meu ratinho branco ser o último morador da gaiola de 2 andares. Não tenho mais saúde para criar o bichinho e em 2 anos vê-lo morrer sem poder fazer nada por ele. É realmente muito triste não poder fazer nada porque o bichinho já é velhinho. Acho muito injusto o meu ratinho branco ficar velhinho com apenas 2 aninhos. O que são 2 anos? Nada para nós, mas para eles fecha o ciclo de vida.
Por mais que a gente não queira, acaba se apegando ao bichinho e muitas vezes não tem muito tempo para se dedicar a ele, então, passam-se 2 anos e ele morre.
Não, não e não. Definitivamente não. Não criarei mais hamster enquanto não puder ter uma gaiola tão grande que o número de nascimentos supere o de falecimento, pois é muito triste ver o bichinho no estado terminal dessa maneira e a alegria de um nascimento supera a dor de um falecimento.
O meu ratinho branco será o último, com certeza!
Claro que o meu filho já não está mais empolgado com o gato e sim com o passarinho, desculpem, a cachorrinha. Acho que é por isso que o ciclo de vida de um hamster é tão pequeno, porque eles duram o tempo ideal para o interesse de uma criança por eles, não passando pelo ciclo em que são abandonados por elas como os gatos, os passarinhos e os cachorros.
Quando morreu o primeiro, meu filho já nem ligava mais se o bichinho estava sendo alimento ou não, durou o tempo certo do interesse dele. Enquanto eu chorava pelo bichinho ele só esperava a hora de poder enterrá-lo. Eu não me lembro de ter sido assim quando era criança, mas com certeza muitos cachorrinhos e gatinhos devem ter sentido a dor de terem sido esquecidos por mim. Os bichinhos sentem quando são abandonados.
Se eu tivesse condições de ter mais bichinhos, eu teria, mas sinto que até eu esqueço deles de vez em quando.
Agora decidi que nenhum bicho será mais substituído, aquele que se for não terá substituto.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Falta de inspiração

Ando meio frustrada sem inspiração ou vontade de fazer qualquer coisa. Não que esteja em depressão, não é isso, apenas estou com uma idéia fixa na cabeça e isso me impede de pensar ou querer qualquer outra coisa, por menor que seja.
Tenho sido até meio antipática com aqueles que me procuram para conversar. Não quero conversar, apenas quero estudar.
Eu sou uma pessoa que não tem meio termo e vivo sempre entre um extremo ou outro. Confesso que talvez essa não seja a melhor maneira de viver, mas é a única que conheço. Passei um tempo vivendo na mais pura preguiça, deixando o tempo passar e me divertindo com pequenos vícios, mas isso passou e estou agora no exato extremo, cheia de responsabilidades e preocupações. E, como não sei viver no meio termo, não ando me divertindo muito.
A verdade que estudar é apenas uma desculpa para eu me manter ainda mais longe de tudo e de todos.
Eu nunca tive um envolvimento muito emocional com as pessoas, nunca me apeguei a ninguém e sempre me achei um peixe fora d’água. Desde que cheguei a uma certa idade, nunca mais consegui me relacionar com as pessoas sem certa dificuldade, talvez por causa dessa coisa de gostar de ficar estudando o tempo todo tenha me isolado um pouco dos seres humanos normais!
Não sou do tipo paciente que ouve besteiras, absurdos e fica calada. Também não gosto muito de ficar corrigindo as pessoas, pois fica parecendo meio esnobe. Então me afasto.
A época em que fui mais sociável foi no pré e durante a faculdade, pois todos falavam a mesma língua. Logo depois de me formar me casei e comecei a ter que conviver com pessoas diferenciadas e foi aí que os problemas começaram a se tornar mais evidentes.
Assim que me casei, me mudei para a cidade de Petrópolis e, como eu detesto frio, passava meus dias trancada em casa com um aquecedor ligado e embrulhada em um cobertor. Também era muito difícil fazer amigos em um lugar onde só tinha pessoas idosas que saiam apenas para ir para a igreja e não tinham muito que falar.
Depois voltei a morar no Rio de Janeiro, mas o lugar era um tanto violento e os vizinhos quase não se viam, mas estávamos mais perto da minha família e não me sentia assim tão sozinha.
Minha família é um caso à parte na minha história: a gente briga, fala um monte de coisas para se ofender, se machucar, mas está sempre junto! A gente gosta de brigar, não sei, está no sangue.
Depois, compramos um terreno e compramos uma casa longe da violência e da marginalidade, mas tem sido muito difícil me adaptar. As pessoas da minha idade só sabem falar de filhos e de igreja!
As pessoas não lêem, não estudam, não têm interesse em coisas como política e futuro do país. Também não têm ambição, acham que as suas vidas se resumem a apenas o que restar de tempo entre marido e filho.
Eu cansei de fingir que estou satisfeita com a vida que levo e não fazer nada para mudar. Também não quero me tornar um robozinho que vive em função de marido e filhos, não me sinto muito a vontade fazendo isso. Eu juro que até tentei, mas não consegui, não tenho vocação para ficar em casa arrumando armários e fazendo comida.
Fiquei acomodada fazendo as coisas como davam para serem feitas, achando que estava feliz, mas não estava. Foi quando meu irmão me desafiou a fazer o concurso para o BB.
Coisa inconcebível há anos atrás, quando eu me julgava a elite intelectual desse país e queria me manter longe de tudo, principalmente dos problemas das pessoas normais.


Talvez tenha fugido do mundo adulto durante muito tempo e de uma hora para a outra tenha percebido que não dá para fingir que nada disso existe! Não dá para pintar o mundo de cor de rosa e ficar achando que é a nova Alice no país das maravilhas!
Pode-se se chegar ao fundo do poço dessa maneira e eu estive dentro de um poço muito fundo, me achando a pior das criaturas sem fazer nada para mudar a minha situação.
A possibilidade de fazer um concurso para um emprego normal, para ter uma vida normal me deu um novo fôlego para tentar mudar minha situação, para fazer algo por mim, uma vez que ninguém mais o fará, e com razão! A vida é minha, só eu tenho o direito de escolher o caminho a seguir. Deixei por muito tempo que as pessoas fizessem isso por mim e não tive o direito de reclamar depois. Aliás, nunca tive muito direito de escolhas enquanto as pessoas conduziam a minha vida, mas era cômodo me lamentar enquanto as coisas aconteciam e não ter que viver no mundo real. Agora estou decidido a lutar por um espaço no mundo adulto, que pode não ser muito bonito, nem muito florido, mas é a realidade, sem máscaras e, se tiver que reclamar, vai ser dos problemas que eu mesma arrumei, sem mais desculpas, sem ter mais que esperar, sem ter que pedir um espaço.
Claro que não me contentaria em fazer concurso apenas para o BB, tinha fazer mais uma porção deles, indiscriminadamente, senão não era eu, não a Kátia. Ela tem que tentar abraçar o mundo com as pernas!!
Mas estou me sentindo mais gente, mais eu.
PERAI! Isso é uma grande mentira! Eu estou cheia de dúvidas, com muito medo, mas acho que um dia tinha que sair da adolescência e partir para o mundo adulto. Decidi que esse momento tem que ser hoje, agora e que não quero esperar.
Parece incrível, mas é assim que eu estou me sentindo. Como uma pessoa que passou a vida toda em crises de adolescente.
Talvez o mundo que eu tenha sonhado não exista, mas e daí? Vou ficar velhinha dizendo que meus planos não deram certo e que eu sou uma infeliz?
Será que vale a pena me isolar do mundo e me considerar uma pessoa não adaptada para viver em sociedade?
Não sei, mas estou tentando um novo caminho, talvez tão errado quanto o primeiro, mas um caminho que dessa vez escolhi sozinha.



sexta-feira, 15 de junho de 2007

Venha para a vida selvagem: Tenha filhos

Essa noite meu filho deixou o celular dele carregando na tomada ao lado da minha cama e o maldito, com problema na bateria, acendia e apagava fazendo um nada simpático barulhinho e pensei como era complicado ter filhos. Não havia outra tomada na casa que pudesse carregar aquele maldito aparelho?
Por que os filhos pensam que pai e mãe não precisam dormir? Será que quando viramos pais devemos ser de borracha? Será que os filhos gostam de torturar seus pais?
Eu sempre quis ter filhos, mas não tinha a menor idéia no que estava me metendo.
Sempre fui muito desajeitada com crianças. Minha mãe já sabia disso, desde o momento em que me viu carregando as bonecas de ponta cabeça.
Imaginem uma pessoa que carrega os seus bebês pelos pés, quando criança, tendo um bebê!
Sem contar que eu não tinha nenhuma característica, nada que fosse maternal em mim.
Quando se fala em filhos, presupõem-se uma gravidez. Tudo bem, mulheres ficam grávidas todos os dias.
Tudo bem uma ova! Mulheres não contam a parte ruim da gravidez para que você também caia nessa e passe por tudo que ela já passou e teve que ficar calada porque gravidez é uma bênção!
Se pensarmos direitinho, gerar uma criança, com todos os detalhes, dedinhos, unhas, olhinhos, é realmente uma bênção, mas ninguém fala de como é ter essa criança dentro de si.
Primeiro a gente começa a vomitar o tempo todo, vai ao médico e ele pede um exame. Você faz o tal exame achando que está com gastrite e o médico louco e dá positivo. O susto é tão grande que olha dezenas de vezes e não acredita.
Depois faz um ultra-som e descobre que uma coisinha menor do que um filtro de cigarro te faz vomitar tudo que come!!!
Passada a fase dos vômitos, vem a fome. Não tem nada que acabe com a fome, nada te satisfaz. E você come, come, come. Engorda à bessa e não se reconhece mais!
Começa uma nova fase: A crise de “puta insegurança”. Acha que não é bonita, que está gorda pra caralho e não quer mais sair nem para ir ao médico!
Enfim, gorda você já está, então não há mais o que fazer e as coisas já não estão muito ruim, tirando o sono, dá para levar. É ai que seu rebento começa a se mexer.
Da primeira vez até que é engraçadinho, mas depois começa a se mexer mais e mais e mais...
Se mexe de dia, quando você quer dormir, quando quer falar, cantar, nada dá para fazer. A gente tenta se conformar achando que vai dar à luz a um grande jogador de futebol, que chuta pra caralho!!!
E você gorda tenta se conformar e até rir da situação, mas não dá para se conformar com nada disso e você se pergunta por que ninguém te falou dessas mazelas antes de você pensar em ter um filho!!! Logicamente para ver a babaca se fudendo, só pode.
Daí por diante, não tem muita novidade, senão o peso na barriga que aumenta a cada dia, mas isso vai tirando de letra.
Finalmente a criança nasce!! Você engordou 20 quilos e o bebê nasce com pouco mais de dois quilos. Com quem ficam os demais 18 quilos? Com você!!
Você passa pelo parto, que não é uma das coisas mais agradáveis, leva a criança para casa e, e...? Não sabe o que fazer com ela!!
As crianças deveriam vir com manuais de instrução. Como aqueles aparelhos eletrônicos que vêm com um manual cheio de páginas de instruções para a gente saber o que fazer com aquele chorinho de madrugada!!
Não tinha mesmo nenhuma condição de ser mãe, cheguei a essa conclusão! Fui de malas e cuia para a casa da minha mãe para ver se aprendia alguma coisa.
Foi a coisa mais impressionante que eu já vi na minha vida!! O neném chorava e ela falava: “É manha”. Ia lá, carregava no colo e ele parava.
Mais um pouco, um novo choro e ela dizia: “Está com fome”.
Mais um chorinho e ela novamente: “É cólica”. Dava um chazinho e tudo resolvido!!
Não dava para acreditar! Tinha algo errado comigo, com certeza!!
Aos tranco e barrancos estabeleci algum contato com meu filho. Ficava desesperada, algumas vezes, pois não sabia bem o que fazer, mas tudo acabava bem quando ele me olhava com aquela carinha de apaixonado!
Comecei a inventar musiquinhas para ele, pois era uma maneira dele parar de chorar e prestar a atenção em mim.
A maior vítima dessa minha falta de habilidade em ser mãe era sem dúvida o pai da criança. Ele era filho temporão, nunca teve contato com criança, não entedia nada de coisa nenhuma. No fim, acabou protagonizando histórias hilárias!




Certa noite, estávamos dormindo e o Fillipe (é esse o nome da fera) acordou chorando. Eu dei um apagão geral, daqueles que nem rojão no ouvido acorda. Desesperado e sem saber o que fazer, meu marido resolveu contar berros de neném, como se fosse carneirinhos, para dormir. Foram 1.188 berros até ele desistir e dormir.




Aos 2 anos, minha ferinha estava brincando no escritório do pai quando achou um alicate desses de pressão. Não tenho idéia no que se passou pela cabeça do meu bebê, só sei que ele viu o pai sentado num banco desses altos, de mesa de desenho e resolveu fechar o alicate na bunda dele!
Já imaginaram a cena? Um homem de 1,87 de altura com um alicate de pressão preso na bunda gritando e correndo atrás de uma criança aos berros!!
Lógico que ele percebeu que tinha feito algo errado, mas não sabia o que.


Ainda aos 2 anos, num domingo de dia das mães, nós fomos acordados com o aparelho de CD nas alturas!! Lógico que imediatamente olhei para o berço e ele não estava lá.
Corremos ao escritório e encontramos ele dançando numa pilha de CDs jogados no chão e batendo palminha.


Por outra, derrubou um garrafão de vinho vazio e eu fui tirar da frente dele, para que ele não se cortasse e...? Ganhei 6 pontos na perna!!


Falando em pontos, nós tínhamos uma mesa de jantar linda, em vidro fume e o meu bebê resolveu debruçar sobre ela, partindo ao meio. Se eu não tenho reflexo de gato ele tinha se cortado em dois. Será que o mundo agüentaria dois?


Resolvemos construir uma casa e nos mudarmos para longe da violência. Assim que nos mudamos o cano da cozinha apareceu com um vazamento. No dia seguinte, meu marido resolveu colocar uma escada de ferro do lado de fora da casa e consertar.
Eu estava desempacotando as coisas quando ouvi: “Dexe papai, dexe papai”.
Logo em seguida veio aquele barulho de coisa caindo e o Fillipe entrando pela casa desesperado, sacudindo as mãozinhas e falando: “Papai dexeu, papai dexeu”.
Quando cheguei no quintal, encontrei o meu marido meio atordoado e com um buraco na testa (causado pelo pé da escada). Ainda meio tonto, ele me contou o que não tinha visto: Cada vez que o Lipe falava “dexe papai” empurrava a escada e ele tentava se equilibrar e foi assim uma, duas, três, até a hora em que não deu mais e ele despencou!!


Até hoje eu não sei se ter filhos é bom ou é como viver eternamente em um safári, pois muitas vezes saio para ver onde ele está e só ouço a sua voz me chamando. Olho para todos os lados e não encontro, então eu resolvo olhar para cima e lá está ele no galho mais alto do pé de jamelão!
Sabem o que mais me deixa indignada?
É que jamelão é uma frutinha tão vagabunda que a gente nem encontra para vender no mercado!! Já pensou cair de uma árvore tão insignificante que seus frutos não servem nem para vender?


Com certeza não fui e nem sou uma boa mãe. Talvez nunca saiba o significado dessa palavra, mas acho que meu filho é feliz, apesar de não poder muito contar comigo.

terça-feira, 12 de junho de 2007

Anjos ou demônios




O mundo seria mais simples se conseguíssemos passar pela vida sem rotular as pessoas, sem analisar cada gesto de um indivíduo, tentando adivinhar o que desejam.
Entendo que existam pessoas totalmente articuladas e cheias de artimanhas, mas essas pessoas só nos “pegam” se fecharmos completamente os olhos.
Convivi, ao longo de minha vida, com alguns demônios travestidos de anjos.
O amigo leitor pode até achar que usei um termo muito pesado, porém o tipo de pessoa que estou falando é aquele que arrebenta com a vida de qualquer um. E até sente certo prazer em fazer isso!
São pessoas mesquinhas, de verdades absolutas, que se julgam acima do bem e do mal. Fazem coisas ruins, mentem, fofocam, fazem qualquer coisa para destruir uma pessoa e sua reputação. E vocês sabem o que é pior? Esse tipo de gente nunca está numa boa, está sempre “na pior”. É como se a lei do retorno ficasse mais forte a cada vez que essas pessoas fizessem o mal. Quanto mais esses demônios fazem o mal, mais erram, mais a vida lhes cobra.
Mas o que mais me impressiona nesse tipo de pessoa é que 100% delas estão ligadas a alguma religião e são praticantes. Entendam bem, eu não estou dizendo que todas as pessoas praticantes de alguma religião fazem isso. Estou dizendo que quanto mais errada a pessoa anda, mas sente a necessidade de se dedicar a uma religião. Quanto mais ela se dedica à religião e menos entende porque as coisas vão dando errado em sua vida. Como se tudo que ela fizesse de errado na vida, não fizesse a menor diferença.
Convivemos todos os dias com anjos e demônios! Muitas vezes achamos que os anjos são de aparência bonita, serena e nos encantamos com algumas pessoas. O encanto da beleza é um veneno! Entorpece a alma, inebria. Realmente tenho medo das pessoas que parecem ter brilho próprio, pois nos envolvem de maneira a não nos deixarem pensar direito, o brilho nos ofusca e cega. Esse tipo de pessoa traz consigo um pedaço do sol no olhar e o encantamento da lua no olhar.Esses são os verdadeiros bruxos e bruxas que passeiam pelo nosso mundo e têm a missão de nos encantar, porém esse encantamento é passageiro, não dura e logo caímos na realidade e vemos o quanto fomos ridículos ao achar que estávamos convivendo com um anjo.
Temos muita necessidade em conviver com anjos e heróis! Tanta necessidade que transformamos as pessoas à nossa volta em persogens, deixamos de enxergar o óbvio e nos decepcionamos quando a pessoa não consegue nos satisfazer como desejávamos. Passamos tanto tempo envolvidos em idealizar uma pessoa que deixamos de amar uma pessoa real.
Anjos e heróis são todos aqueles que nos cercam, nos protegem, cuidam de nós, não têm necessariamente aquela aparência dos livros e filmes. Anjos não precisam ser bonitos, precisam ser eficientes, amigos e companheiros. Eles convivem conosco todos os dias, nos dão conselhos, carinho.
Algumas vezes estão ocupados demais para nos ouvir e nos dar carinho, mas estão sempre por perto, não nos abandonam, apesar de toda adversidade.
Exigimos demais da vida, desejamos estrelas e luares perfeitos. Anjos luminosos e perfeitos e deixamos de viver momentos perfeitos ao lado dos que nos amam.
Anjos e demônios convivem em perfeita harmonia mais perto de nós do que pensamos. Temos apenas que saber diferenciá-los, analisá-los e interpretá-los. Aprender a ouvir suas as mensagens que nos passam e decodificá-las, tanto para o bem, quanto para o mal.
Como diferenciar os anjos dos demônios? Fácil.
Os demônios nos cercam, envolvem, enganam.
Os anjos podem nos passar desapercebidos, mas estarão sempre por perto.

sábado, 9 de junho de 2007

Oportunidades iguais, chances diferentes.

A vida oferece a todos as mesmas oportunidades, porém com chances e valores bem diferentes. O caso mais recente do que estou narrando aconteceu a pouco tempo em Brasília, quando dois irmãos, gêmeos pleiteavam vagas no sistema de cotas para alunos afro-descendentes. Um conseguiu e o outro só depois do caso vir a público teve sua vaga levada em consideração.
Algumas pessoas nascem com uma espécie de bênção que já as coloca em estado de vantagem sobre as demais. Outras, depois de muito estudo e esforços, conseguem alcançar algo, porém jamais com as mesmas chances das, por assim dizer, “iluminadas”.
Conheço centenas de casos onde o mero acaso transforma um “zé ninguém” em celebridade. Analisem o caso do Silvio Santos, por exemplo. O homem consegue transformar uma rixa com um comediante que o imitava em audiência no domingo! E ainda mais, faz com que o contrato de concessão de utilização da sua imagem seja paga não em dinheiro, mas em arrecadações diárias ao Retiro do Artistas e consequentemente, tornando-se simpático para o público que o estava hostilizando por não querer renovar o contrato.
Sem sombra de dúvida o Silvio Santos é um homem de rara inteligência, mas quantas pessoas inteligentes conseguem sair da condição de camelô para se tornar um megaempresário com direito até a uma concessão de uma rede televisiva. Quem é capaz de dizer que a telesena não é um título de capitalização?
Voltemos ao assunto principal.
Alguém já parou para analisar o sistema do PROUNI? O nome é Programa Universidade Para Todos, mas não é para todos, apenas aqueles que terminaram o ensino médio no ano anterior ou professor da rede pública de ensino. Há uma pré-seleção dos candidatos e ainda tem a prova.
Até mesmo a Bolívia oferece universidade pública para todos que terminem o ensino médio! Certo que depois formado, o aluno tem que trabalhar dois anos para o governo como forma de pagamento aos seus estudos.
Quantos são os gênios que morrem em extrema pobreza e são reconhecidos após a sua morte? Mozart era genial, mas foi enterrado como indigente.
Como saber se uma pessoa terá as mesmas chances que a outra? Como entender essa matemática louca da vida?
Há muitos mistérios indecifráveis no cosmo. Como se cada pessoa já nascesse com um brilho próprio e específico. Uns mais fortes outros mais fracos e também há aqueles que só brilham em razão de outros.
Acho graça, agora que estou relendo o que escrevi, pois no meu tempo de faculdade, discutia-se muito a “ideologia do dom”. Alguns acreditavam que as pessoas já nascem com um determinado dom, mas isso é uma grande mentira. Na verdade, as pessoas nascem com uma espécie de “marca cósmica” que irá determinar o futuro ou o fracasso dessa pessoa ao longo de sua trajetória.
Entendam bem, eu não estou escrevendo tudo isso porque estou revoltadinha ou porque estou me queixando de algo, é apenas uma constatação, pura e simples, do que ocorre na vida de um modo geral.
Quero registrar a minha vida e meus feitos ou mal feitos, enquanto ainda puder desfrutar deles, pois, quando morrer, quero que me esqueçam.
Não quero que digam que era isso ou aquilo ou que era inteligente depois de morta. Se sou, se acham, que aproveitem esse sopro que ainda perdura para o dizerem, depois de nada adiantará.
Não posso negar que a vida me foi bem generosa no quesito oportunidades, eu as deixei escoar por entre meus dedos e hoje estou tentando resgatar alguns pequenos grãos que ainda me sobraram. Não estou tentando recomeçar nada, porque acho que essa história de recomeço não existe, não se junta pedaços, não se cola cristais.
A vida é um enorme túnel de cristal e se alguma parte se rompe, impossível de se recuperar sem marcas. A cada ano que se passa, o túnel se estreita, tornando cada dia mais difícil sair e ultrapassar barreiras sem se arranhar ou quebrar algo. Por isso, quero o meu lugar marcado agora, hoje, sem amanhã. Sem essa de “segunda chance”. Quero apenas ter a oportunidade de conseguir pegar a chance que está ao meu alcance, sem medo de levar uma rasteira.
Aliás, os meus medos são reais e palpáveis. Não gosto muito de sonhar.
Acho sonhar perda de tempo e energia. Quero apenas, me permitir realizar, sem mais ficar adiando por esse ou aquele motivo, achando que as coisas se resolvem com o tempo.
Não tenho mais a pretensão de ser brilhante e ímpar, pois já cheguei à conclusão que esse não é o meu destino. Mas quero criar a chance de fazer algo, nem que seja pequeno para, por fim, ser esquecida.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Sonho x Realidade

Educação Sentimental II


Kid Abelha
Composição: Leoni / Paula Toller / Herbert Vianna


A vida que me ensinaram como uma vida normal /
Tinha trabalho, dinheiro, família, filhos e tal /
Era tudo tão perfeito se tudo fosse só isso /
Mas isso é menos do que tudo, /
É menos do que eu preciso/
Agora você vai embora /
E eu não sei o que fazer /
Ninguém me explicou na escola /
Ninguém vai me responder /
Eu sei a hora do mundo inteiro /
Mas não sei quando parar/
É tanto medo de sofrimento/
Que eu sofro só de pensar/
A quem eu devo perguntar, aonde eu vou procurar/
Um livro onde aprender a você não me deixar/
Agora você vai embora /
E eu não sei o que fazer /
Ninguém me explicou na escola /
Ninguém vai me responder /
Eu sei a hora do mundo inteiro
Mas não sei quando parar /
É tanto medo de sofrimento /
Que eu sofro só de pensarAquem eu devo perguntar, aonde eu vou procurar /
Um livro onde aprender a você não me deixar /
Agora você vai embora /
E eu não sei o que fazer /
Ninguém me explicou na escola /
Ninguém vai me responder /




A vida seria muito mais simples se a gente aceitasse as coisas como são. Muitas vezes remamos contra a maré, fazemos coisas que todos dizem que jamais dará certo só de teimosia.
O ser humano não tem consciência de como seria mais fácil aceitar conselhos, ouvir os mais experientes, seguir um rumo mais tranquilo. Ao invés disso, seguimos um rumo totalmente inusitado e cheio de desafios e barreiras sem a menor necessidade.
Não seria mais simples amar a quem nos ama?
Aceitar aquele emprego chato só pelo salário no final do mês?
Tomar o café correndo e sair para o trabalho achando que tudo isso é normal e que você não é o único infeliz?
Não seria muito mais fácil concordar com seus pais que aquele (a) não serve para você?


Não, meus caros amigo, ao contrário de tudo isso sonhamos com aquela pessoa que nem se dá conta de que existimos, nos casamos com quem nos dá na telha e almejamos aquele emprego, que paga pouco, mas que vai ajudar a mudar o mundo.


Meu marido costuma dizer que deveríamos nascer velhos e irmos rejuvenescendo a cada ano. Talvez eu concordasse com isso ou talvez mais do que isso, acho que as pessoas deveriam ter o direito, apenas uma vez de retornar ao passado, talvez conhecer o futuro, para que tivesse certeza de que era isso mesmo que gostaria de fazer.
A vida nos cobra uma atitude quando ainda não temos maturidade para decidir. Tenho muito mais clareza hoje do que tinha aos 19, 20 anos, que é o momento em que temos que decidir!
Chega a me dar raiva quando eu vejo meninas novas batendo cabeça e achando que têm a vida toda pela frente, quando na verdade, a vida toda se resume às opções feitas nesse momento! E não se dão conta disso!
Vão jogando a sua vida pelo ralo e dando cabeçadas uma atrás da outra e não percebem que isso tudo vai modificar todo o seu futuro!!
Eu também cometi alguns erros de que me arrependo, foram poucos, mas graves!


A vida é, de certa forma, muito cruel, pois nos dá apenas uma chance e se errarmos, não temos como consertar, apenar remediar, nunca voltar ao mesmo ponto.
Tudo que falamos ou fazemos não tem volta. Fica para sempre em nossa memória ou na memória de alguém.
Muitas vezes magoamos uma pessoa sem nenhuma intenção e pedimos desculpas. Se essa pessoa realmente nos desculpar, com certeza jamais esquecerá o que fizemos e nunca mais irá nos olhar da mesma forma, sempre ficará um rancor, algo que não se apagará da alma, do âmago da pessoa. Por isso que muitas vezes eu desisto de pedir desculpas, pois acho hipócrita achar que, nem por um momento eu desejei falar o que falei ou que a pessoa vai mesmo me desculpar, salvo quando sou mal entendida.
Eu sou uma pessoa que, de certa forma, cresceu meio que sem apego ou amizades às coisas e às pessoas. Podem me achar meio cruel, mas tudo é efêmero nessa vida, tudo passa, se transforma ou muda. Ninguém pertence à ninguém. Você não se transforma em dono de uma pessoa pelo simples fato de casar, ter filhos ou pertencer à mesma família. Então para quê sofrer se sua filha casa ou por seu filho solteiro ir morar sozinho?
A vida também não é uma verdade absoluta, a morte sim. Então, para quê sofrer tanto com a morte de um ente querido?
É certo que sentimos a sua falta, mas algumas vezes, a morte é melhor do que a vida. E somos egoísta ao tentarmos manter vivas as pessoas que não têm mais condições para isso.
Falo isso de carteirinha, pois já morri uma vez! E vou te falar uma coisa, não tem nada de bonito ou poético nisso! Não tem luzinha, nem túnelzinho, nem parente esperando, nada disso.
Alguns podem achar que estou sendo contraditória ao falar essas coisas, mas vejam a minha situação, por exemplo: Se eu tivesse morrido há 12 anos atrás eu não teria visto muitas coisas e não teria tido tantas alegrias, mas também não teria passado por tantos aborrecimentos, tantas desilusões, coisas que a meu ver, não precisava passar. Penso que não teria sido tão ruim assim. Não para mim.
Mas isso também não tem volta.
Se estou me sentindo sufocada hoje é porque não me dei conta que status tem que faz com suas próprias mãos! Fiquei idealizando e planejando a minha vida toda e esqueci de realizar.
Hoje eu tenho a percepção que bonito não é o diploma, o título. Não nos serve de nada a ideologia. Se tivesse sonhado menos e feito mais, teria sido muito melhor.
Quando falo em realizações, não quero dizer “colocar a mão na massa”, quero dizer ter um emprego normal, como todo mundo e deixar o sonho apenas no campo das ilusões. Não tentar transformar um sonho em realidade.
E é essa a principal fonte de decepção do ser humano, quando ele percebe que um sonho é apenas um sonho e que a realidade pode ser muito mais cruel do que ele sequer pudesse imaginar.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Mulheres - Luiz Fernando Veríssimo

"Certo dia parei para observar as mulheres e só pude concluir uma coisa: elas não são humanas. São espiãs. Espiãs de Deus, disfarçadas entre nós.
Pare para refletir sobre o sexto - sentido. Alguém duvida de que ele exista?
E como explicar que ela saiba exatamente qual mulher, entre as presentes, em uma reunião, seja aquela que dá em cima de você?
E quando ela antecipa que alguém tem algo contra você, que alguém está ficando doente ou que você quer terminar o relacionamento?
E quando ela diz que vai fazer frio e manda você levar um casaco? Rio de Janeiro, 40 graus, você vai pegar um avião pra São Paulo. Só meia-hora de vôo. Ela fala pra você levar um casaco, porque "vai fazer frio". Você não leva. O que acontece? O avião fica preso no tráfego, em terra, por quase duas horas, depois que você já entrou, antes de decolar. O ar condicionado chega a pingar gelo de tanto frio que faz lá dentro! "Leve um sapato extra na mala, querido. Vai que você pisa numa poça..." Se você não levar o "sapato extra", meu amigo, leve dinheiro extra para comprar outro. Pois o seu estará, sem dúvida, molhado...
O sexto - sentido não faz sentido!
É a comunicação direta com Deus! Assim é muito fácil... As mulheres são mães!
E preparam, literalmente, gente dentro de si. Será que Deus confiaria tamanha responsabilidade a um reles mortal?
E não satisfeitas em ensinar a vida elas insistem em ensinar a vivê-la, de forma íntegra, oferecendo amor incondicional e disponibilidade integral. Fala-se em "praga de mãe", "amor de mãe", "coração de mãe"...
Tudo isso é meio mágico... Talvez Ele tenha instalado o dispositivo "coração de mãe" nos "anjos da guarda" de Seus filhos (que, aliás, foram criados à Sua imagem e semelhança).
As mulheres choram. Ou vazam? Ou extravasam?
Homens também choram, mas é um choro diferente. As lágrimas das mulheres têm um não sei quê que não quer chorar, um não sei quê de fragilidade, um não sei quê de amor, um não sei quê de tempero divino, que tem um efeito devastador sobre os homens...
É choro feminino. É choro de mulher...
Já viram como as mulheres conversam com os olhos?
Elas conseguem pedir uma à outra para mudar de assunto com apenas um olhar. Elas fazem um comentário sarcástico com outro olhar. E apontam uma terceira pessoa com outro olhar. Quantos tipos de olhar existem?
Elas conhecem todos...
Parece que freqüentam escolas diferentes das que freqüentam os homens! E é com um desses milhões de olhares que elas enfeitiçam os homens.
EN-FEI-TI-ÇAM !
E tem mais! No tocante às profissões, por que se concentram nas áreas de Humanas? Para estudar os homens, é claro! Embora algumas disfarcem e estudem Exatas...
Nem mesmo Freud se arriscou a adentrar nessa seara. Ele, que estudou, como poucos, o comportamento humano, disse que a mulher era "um continente obscuro". Quer evidência maior do que essa? Qualquer um que ama se aproxima de Deus. E com as mulheres também é assim.
O amor as leva para perto dEle, já que Ele é o próprio amor. Por isso dizem "estar nas nuvens", quando apaixonadas. É sabido que as mulheres confundem sexo e amor. E isso seria uma falha, se não obrigasse os homens a uma atitude mais sensível e respeitosa com a própria vida. Pena que eles nunca verão as mulheres-anjos que têm ao lado. Com todo esse amor de mãe, esposa e amiga, elas ainda são mulheres a maior parte do tempo. Mas elas são anjos depois do sexo-amor. É nessa hora que elas se sentem o próprio amor encarnado e voltam a ser anjos. E levitam. Algumas até voam. Mas os homens não sabem disso. E nem poderiam. Porque são tomados por um encantamento que os faz dormir nessa hora."


(Luís Fernando Veríssimo)







A vida nos conduz por caminhos estranhos

É muito engraçado como a vida acaba nos levando por mares nunca dantes navegados e, por mais que a gente tente não consegue escapar de suas garras.
Há muito eu desisti de remar contra a maré e, quando sinto que a correnteza é muito forte deixo o meu barco à deriva.
Foi assim que vim parar no peculiar bairro de Guaratiba, na cidade do Rio de Janeiro. Aqui tudo é muito diferente do que estava acostumada. O local é estranho, tem ares de cidade pequena, as pessoas têm uma maneira de falar completamente diferente dos grandes centros urbanos. Ninguém tem pressa, o tempo parece passar preguiçoso e acabei ficando meio preguiçosa também. Plantei árvores frutíferas, esperei crescerem, tive sonhos, esperei e deixei me envolver por um clima de “paz e amor”.
Mas tudo que é muito bom também dura muito pouco, a ilusão local se transformou em um grande pesadelo.


Falando um pouco sobre o local


Ao receber a herança do meu sogro, decidimos que era hora de procurar um lugar para nos fixarmos, pois aquela vida de cigano ficava bem para um casal, mas o nosso filho estava crescendo e precisava de um “porto seguro”. Ele teria que estudar, criar raízes e não dava para fazer isso mudando quase todos os anos.
O anúncio nos jornais, quase sempre eram “uma furada” e eu começava a achar que seria muito difícil encontrarmos o tal El dourado. Até que em um dia chuvoso saímos para visitar um cliente de ponta de linha e nos deparamos com as bandeirinhas do loteamento.
Como eu disse, chovia muito e resolvemos não entrar. Porém o destino já havia traçado os nossos caminhos em direção ao local e não tinha mais como desviar.
Na semana seguinte, quando fomos fazer a visita ao mesmo cliente, estava sol e resolvemos visitar o loteamento. No dia seguinte estávamos comprando o último lote à venda e nos tornamos felizes proprietários de um terreno em um condomínio fechado e com clube privativo. Pelo menos era o que dizia o contrato.
A base da casa foi erguida em 60 dias. Mas estava apenas no embrião e ainda faltava muito para se tornar um lugar decente, mas mudamos mesmo assim, pois não dava mais para ficar pagando aluguel para viver em meio a tanta violência.
A casa, como a maioria não tinha muros, então a primeira coisa que me aconteceu foi uma vaca invadir o meu quintal para se alimentar.
Aliás, a cena que me pareceu pitoresca à princípio acabou se tornando mais um problema local.
As obras no condomínio ainda continuaram por uns tempos, mas logo pararam e o que era para ser um condomínio se tornou um matomínio!
Começaram as reuniões, os mutirões e as tentativas de fazer amizades e de nos reunimos em torno de um ideal em comum. Pelo menos era isso que os espertos que assumiam a liderança tentavam nos convencer, mas a verdade é que muito pouco foi feito e muito dinheiro foi gasto.
Sou pavio curto, admito. A minha tolerância é zero para quem quer dar uma de esperto e menos um para quem fala besteiras. No final acabei me isolando das pessoas a um ponto que não sei nem o nome do meu vizinho da frente.
Conto nos dedos as pessoas com quem converso, uma vez por mês, admito. Não me envolvo mais em polêmicas e não dou crédito a vagabundo que quer se dar bem às custa da boa fé dos outros.
As pessoas são de certa forma indiferentes para mim.


Admito que se passar por qualquer pessoa aqui dentro do condomínio, falo bom dia ou boa tarde, mas nem sei quem é. Não julgo ninguém, não acho que são boas ou ruins, não sei onde moram e nem o que fazem. Sou egoísta e me preocupo apenas com a minha vida e o meu mundo. Não me interessa se fulano trocou de carro, se pediu pizza ou se pagou a portaria. Também não me importa mais se vão ou não terminar o condomínio, se é realmente um condomínio ou se não é.
Hoje, nesse momento, meu mundo se resume a um cômodo 5x4, 5.
Nem mesmo sei mais se as minhas árvores estão produzindo frutos ou não. Estou preocupada comigo e com mais ninguém.
Não tenho e não quero ter vida social e, para falar a verdade, até me incomoda quando, por mero acaso, recebo visitas. Tenho meus problemas e não quero mais saber de nada além do meu umbigo.
Tentar lutar pelo bem comum me fez esquecer que EU tinha problemas e me deixou meio estática para resolvê-los. Sempre tinha alguém precisando de mais ajuda do que eu. Todos tinham que se preocuparem uns com os outros.
Só que percebi que essa comoção toda servia muito bem enquanto eu estava servindo aos outros, pois o mesmo não valia para mim. Aprendi a dizer não e a não acreditar em amizades. Amigo é muito bom, quando você cede o ombro para ele chorar. Passei a procurar sozinha os meus caminhos e a resolvê-los conforme a minha disposição e disponibilidade.
Não me importa mais o que as pessoas pensam, imaginam ou esperam de mim.
Mas não tem como negar que as pessoas aqui também te deixam em paz. Eu não tenho um vizinho ouvindo pagode alto no domingo ou uma igreja evangélica com o som super alto tentando te evangelizar. Não tem nem sequer testemunha de Jeová no domingo de manhã.
Onde moro não tem barulho de criança brincando, ônibus passando, trânsito de automóveis, nada. A gente se sente só algumas vezes, mas a tranqüilidade e a beleza da natureza superam qualquer sentimento de solidão.
Nada me incomoda nesse lugar, apenas a impossibilidade de crescer com ser humano.




“E deixem que digam, que pensem, que falem”.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Matemática é um saco!


Comecei um novo empreendimento: contar coisas inúteis, coisas que penso e que estudo.
Meu marido chama essa minha nova loucura de uma nova versão de “Um sopro de vida”.
Deve ser porque ando muito deprimida nesses últimos dias. Entrei de cabeça nessa história de ficar estudando para concurso e cheguei a uma séria conclusão: matemática é um saco!!
Não me lembro de ter perdido tantas aulas da matéria assim para não conseguir lembrar de nada dessa maneira. Onde foi que 2+2 deixou de ser 4?
Quando as coisas se perderam dentro da minha cabeça?
Ando tropeçando até na tabuada!!
Parando assim para pensar direitinho, não foi só a matemática que se perdeu dentro da minha cabeça, a geografia também. Acho que não tem matérias mais chatas do que matemática e geografia. Pelo menos a bendita da geografia não cai no concurso.
Mas eu fico falando de concurso, concurso e não digo de que é o concurso. Então vou dizer logo de uma vez: É para o Banco do Brasil.
Já pensaram que vida emocionante eu vou ter se passar? O dia inteiro trancada em um banco cheio de velhinhos e aposentados, totalmente sem paciência. Sem contar que a gente fica trancada com o ar refrigerado ligado o dia inteiro sem poder sair. Não podemos esquecer que morro de alergia ao maldito ar.
Algumas vezes me pergunto por que estou fazendo esse movimento todo e não consigo achar uma resposta plausível. Acho que fui influenciada pelos meus irmãos e marido que dizem que dar aulas é a maior furada e que tenho que procurar outra coisa para fazer. Não sei se vou passar ou não, mas de qualquer forma está sendo bom relembrar a tal da matemática e aprender coisas novas.