segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Desculpa: Uma chance para errar outra vez.




Eu odeio quando alguém chega para mim e fala: - Me desculpa.
Acho ridículo a pessoa falar o que quer, ofender e depois achar que com uma simples palavra pode consertar tudo.
Uma pinóia que isso funciona na prática! O que acontece na verdade é que vamos tecendo uma enorme teia em volta das pessoas que desculpamos até não conseguirmos mais nos relacionarmos mais com elas.
Você errou com alguém? Pois saiba que essa pessoa não irá esquecer o seu erro simplesmente porque você falou a palavrinha mágica.
Se uma pessoa erra conosco, pede desculpas e aceitamos de coração, pode ter certeza de que ela descobriu que pode fazer isso outra vez e outra vez e, outra vez...
Não vejo essa coisa de desculpar como um hábito muito saudável, pois desculpamos e o que ganhamos com isso? Uma porta aberta para sermos feitos de trouxas, idiotas, para sermos pisados da próxima vez que essa pessoa estiver irritada, só isso.
As pessoas falam muito que é de boa educação pedir desculpas quando erramos e que se deve desculpar um erro porque ele é humano, todos erram, mas cada vez que a gente releva coisas e vai deixando para lá, principalmente quando se perdoa uma pessoa de nosso convívio, os erros vão se tornando tão habituais que a gente nem sente mais vontade de brigar, só de chorar.
Palavras ditas em horas erradas são como facas que penetram o nosso corpo e causam feridas em nossa alma.
A alma é feita de um tecido muito fino, quase transparente e se fere com facilidade. Também tem uma cicatrização muito lenta e não é um simples pedido de desculpas que vai fazer a ferida sumir como por encanto.
Tem pessoas que têm o vício de pedir desculpas ou seria vício de errar? Não faz diferença, mas o que acontece é que vamos deixando, perdoando e quando nos damos conta já viramos saco de pancadas!
A única maneira de curarmos a nossa alma é deixando o tempo passar, mas temos que deixar nossas feridas quietinhas, não adianta ficar cutucando todos os dias com uma agulha de tricô bem rombuda.
Quando pisamos no pé de uma pessoa, mesmo sem nenhum intenção, machucamos, a pessoa sente dor, mas pedimos desculpas, a pessoa aceita, porém fica com sua dor.
O mesmo acontece com as palavras. Agredimos as pessoas com palavras, pedimos desculpas, mas a dor permanece dentro do peito, apertando, sufocando e, quando menos se espera, volta a doer.
Na maioria das vezes o que falta mesmo é sinceridade entre as pessoas e capacidade de perdoar. Não temos a capacidade de perdoar com sinceridade as pessoas e nem de esquecer o que nos fizeram.
Algumas pessoas fazem questão que nos desculpemos, isso é quase uma regra para muitas, porém eu não vejo muito sentido numa idiotice como esta.
Cada vez que alguém chega para mim de cabeça baixa e me vem com um pedido de desculpas eu tenho vontade de mandar para a PQP!
Como se não bastasse ter feito coisas que magoaram, ainda tem que pedir desculpas para a gente se recordar do que aconteceu?
Não basta deixar quieto? Ainda precisa ficar lembrando a gente o tempo todo?
Queria entender porque as pessoas nos fazem tão mal, o que lucram em nos derrotar em repetir incessantemente que somos piores do que realmente somos.
Eu tenho tentado viver em uma nova filosofia: Não discuto mais, não importa o que me digam, não vou mudar mais a minha opinião sobre a vida e as pessoas e acho inútil fica discutindo. O que acontece é que acabo me desgastando e não lucro nada com isso.
Quer ser meu amigo? Então vamos falar de flores, sem discussão.
Você tem uma idéia diferente da minha sobre algo? Guarde-a para você, não me interessa.
Pode me ajudar objetivamente? Ótimo.
Se não puder me ajudar objetivamente não me critique, olhe para seu próprio rabo, pois ele acaba arrastando no chão.
Eu estou cansada de pessoas que falam um monte sobre o que devemos fazer e como devemos agir, mas não podem nem ajudar a si mesmos, quanto mais fazer algo por nós.
Não pode ajudar? Fica na sua, pois não adianta ficar falando o que as pessoas têm que fazer para se ajudarem.
Existem aqueles que são os “donos da verdade”, aqueles que enxergam em cada atitude de uma pessoa em relação a eles como uma forma de tentar prejudicar as suas vidas e “profetizam” quanto aos fracassos do outro.
A essa altura da minha vida eu não tenho e não quero ter a expectativa de ser rica e famosa e também pouco me importa como as pessoas vivem, a única coisa que me interessa é viver a minha vida.
O grande show já terminou para mim,minha expectativa sobre a vida, hoje, é muito limitada.
Os sonhos são apenas ilusões que criamos na época dourada de nossas vidas para que a vida não seja tão cruel, mas nesse momento não me permito mais sonhar ou criar ilusões sobre as pessoas.
Pessoas não mudam e não adianta ficar aceitando desculpas idiotas que, no primeiro momento que essa pessoa for contrariada, serão motivos para novos pedidos de desculpas.
Se eu aprendi algo nessa vida foi que se uma pessoa te faz chorar uma vez, principalmente se tiver que chorar baixinho para que outras pessoas não vejam, você pode estar certo de que se relevar, irá chorar muitas outras vezes.
A minha tolerância hoje é zero, portanto, se errar comigo, vai se desculpar com a puta que o pariu!

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Um pouco do meu cemitério particular


Os anos passam e a gente vai adquirindo experiência, ficando mais velho, responsável e juntando lembranças. Nossa mente fica cheia de rostos e fatos. Muitas dessas pessoas nem nos recordamos mais dos seus nomes.
Alguém disse certa vez que a gente vive com um cemitério na cabeça. Essa é a maior verdade que existe.
Algumas vezes é muito difícil viver com esse “cemitério”, outras vezes é ele quem nos trás os melhores momentos de nossas vidas e, se ele não existisse nossa jornada seria quase que impossível.
Lembrar do banho de lama nos tempos de criança com os amigos. Como eram mesmo os nomes deles? Ah! Pouco importa! O que importa mesmo é lembrar da alegria, da bagunça, da sensação boa de ser criança e se sujar de lama!
A maioria das pessoas deixa o seu cemitério abandonado, esquecido, como sequer desejasse que ele existisse, porém, de certo modo todos têm que conviver com ele.
Guardamos nossas lembranças e segredos em túmulos fechados e os abandonamos no cemitério de nossas mentes até que um dia, um cheiro, uma imagem, faz reviver fantasmas há muito esquecidos.
Algumas vezes a vida nos conduz por caminhos tão tortuosos que não sobreviveríamos se não fossem essas maravilhosas lembranças do nosso passado, outras vezes são esses “fantasmas” que nos torturam impiedosamente.
“A vida é uma peça e sempre a vivemos dois papéis”. Serão sempre dois papéis antagônicos, pois ora seremos caça, ora caçador. Impossível passar impune por ela, sempre será impiedosa e cruel.
Todas as vezes que vivemos uma experiência é como se estivessem nos colocando à prova, como se estivéssemos sendo avaliados, como se as nossas atitudes estivessem sendo avaliadas pelo cosmos e, se formos reprovados, viveremos a mesma cena, porém em papel invertido, para entendermos como o outro se sentiu naquela situação, principalmente se tratarmos o outro com certa indiferença.
Eu tenho um cemitério enorme na minha cabeça. Ele está repleto de emoções e sentimentos que me deixam, muitas vezes, por horas refletindo.
O mais belo de nossas lembranças é que conseguimos rir de coisas que muitas vezes nos fizeram chorar no passado. Hoje enterro minhas lembranças no meu cemitério particular, para desenterrá-las apenas quando puder rir de tudo que se passou.
Ouvi certa vez que “os cemitérios estão cheios de insubstituíveis e indispensáveis” e, num primeiro momento pensei estar ouvindo mais uma daquelas verdades absolutas e incontestáveis, mas hoje entendo que as pessoas podem ser substituídas em nossas vidas, mas jamais em nossas mentes. Nosso corpo pode aceitar que troquemos uma pessoa por outra, mas em nossas mentes não conseguimos substituir aquela amiga fiel de nossa infância.
Falando em amigos de infância me lembrei de Andréa Paula. Em algum lugar do meu cemitério das lembranças está Andréa Paula. A única amiga que não me traiu!!
Por que os amigos nos traem? Difícil entender os motivos que levam uma pessoa a fazer com que a gente acredite que é nosso amigo e depois nos traem com seus discursos politicamente corretos.
Amigos não deveriam ser politicamente corretos, deviam ser apenas amigos, como a Andréa Paula. Quando ela não gostava do que eu fazia, simplesmente não falava nada.
Pessoas são insubstituíveis sim. São como músicas: cada uma tem seu tom, sua nota, seu acorde, seu tempo.
Convivi com todo tipo de pessoas ao longo dos meus 39 anos e posso dizer que a convivência está ficando mais difícil ao longo de cada ano!
As pessoas perderam o limite no trato com as demais, não sabem seus limites, seus direitos e o momento de cada pessoa.
A inteligência também está em baixa. As pessoas têm preguiça de pensar. Jogam a culpa na falta de tempo, na vida corrida, mas a verdade é que não lêem os jornais por pura preguiça de pensar.
Fica mais fácil consumir as notícias mastigadas e cheias de segundas intenções dos telejornais. Não criam suas próprias opiniões, repetem o que ouvem.
Tenho andado algumas horas vasculhando o meu cemitério particular, tentando achar esse ou aquele acontecimento, esse ou aquele amigo que me fizesse sentir algum tipo de alegria ou emoção boa, mas, nesses tempos em que as pessoas preocupam-se mais com sua própria sobrevivência, não consigo me lembrar de nada ou de ninguém que me traga alegria.
A minha mente continua a caminhar pelas alamedas do meu cemitério imaginário, resgatando almas há muito perdidas entre os anos e os quilômetros de distância que nos separam. Resgato rostos, imagens perdidas no tempo e no espaço.
Lembro da infância, da família, dos que realmente se foram para habitar apenas o nosso imaginário.
Algum dia também eu estarei apenas no imaginário de algumas pessoas, poucas, mas estarei.




“O cemitério está cheio de insubstituíveis e indispensáveis” que habitam a nossa mente, permeiam nossos pensamentos, invadem nosso dia, nos trazendo pequenas gotas de felicidade.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

O final dos tempos




Esses dias, passeando pela internet, me deparei com um vídeo curioso e, para não dizer bizarro. A coisa era tão impressionante que optei por “baixar” o vídeo para ver se “a coisa” era verdade.


O vídeo mostrava uma mãe levando, ou melhor oferecendo sua filha, uma estudante de direito para um filme pornô!! Isso mesmo!!! A mãe!!


De primeiro, as meninas que faziam essas coisas escondiam da família, ou esta a colocava para fora de casa. Hoje os próprios pais levam os filhos para fazerem esse tipo de coisa, ajudam a tirar a roupa, exibem o “material”.


Acho o final dos tempos uma mãe pegar uma filha, estudante de direito e oferecer como se fosse um artigo, uma roupa que ela tenha feito, ou algo parecido.


Hoje todos querem ser artistas, jogadores de futebol, pagodeiros, funkeiros e etc...


Os pais têm que apoiar os filhos em suas decisões, ajudar em seus sonhos, mas aquela mãe tirando a roupa da filha e colocando o “material” para ser examinado e acompanhando a filha enquanto um desconhecido fazia sexo com ela como se fosse a coisa mais natural desse mundo me deixou realmente abismada, perplexa e revoltada!


O detalhe que mais me chamou a atenção é que em tempos como o de hoje, a prestimosa mãe permitiu que o desconhecido fizesse sexo sem camisinha com sua filha!!!


No final do test drive as duas se abraçam e sorriem!


Toda mãe deveria querer o melhor para seus filhos. O que será que passa pela cabeça de uma mãe dessas?


Comentamos o fato com um amigo que é designer e ele nos contou um outro absurdo: Contou-nos que pegou uma campanha de soutien e colocou um anúncio no jornal pedindo modelos e no dia seguinte tinha uma fila enorme de mães acompanhando suas filhas. Algumas levantavam as blusas das meninas e mandavam que ele conferisse o material!!!


Já pensaram na situação? Você está selecionando moças para um comercial e chega uma mãe desvairada e fala:


“- Olha, veja como os peitinhos dela são durinhos!”


Isso é para deixar qualquer pessoa, por mais descolada e experiente possível, desconcertada!


Por outra feita, estava projetando um estojo de maquiagem e notou que havia um espaço ocioso no fundo e resolveu acabar com ele e o dono da fábrica se negava a modificar o projeto e não apresentava nenhum argumento para tal, até que confessou que o espaço era reservado para as mocinhas esconderem anticoncepcionais!


É incrível o que as pessoas fazem por dinheiro! O maldito dinheiro que corrompe a mais piedosa criatura.


Aliás, a internet nos expõe fatos muito curiosos, para não dizer, tristes.


Você faria sexo por dinheiro? E por muitos milhões?


Não entendo mais as pessoas, não entendo como podem se vender por centavos ou por simples promessas.


Não entendo esse ritmo desenfreado do sexo, drogas e Raves onde jovens dançam durante horas e se drogam loucamente até a morte.


Alguns podem citar o festival de Woodstock, realizado em agosto de 1969, onde jovens se drogaram o tempo todo em protesto, pedindo por paz e amor. Realmente o final dos anos 60, começo da década de 70, foi realmente muito conturbado. Os jovens pregavam por paz e amor cheios de ácidos em suas cabeças! Eram tempos difíceis, de guerra, violência e desilusão. Tempos digamos...como os de hoje?


Se havia uma guerra na década do Woodstock, hoje temos uma guerra contra o terrorismo. Se a violência imperava na época, agora está 3 décadas pior. E a desilusão? Qual a esperança do jovem hoje?


Pelo menos, na década de 70 os jovens se drogavam e faziam sexo à vontade, nos dias de hoje sexo pode ser sinônimo de morte!


Sexo sempre esteve associado à vida, à concepção, nascimento, choro de criança, mas hoje está ligado à doença mais mortal de todos os tempos! Aliás, mortal, pois não tem cura.


De onde surgiu esse monstro que consome nossa juventude, vontade e esperança?


Alguns dizem que essa doença nasceu em um laboratório para tentar coibir a explosão sexual e as coisas perderam o controle. O fato é que a doença existe e não tem cura. Tem coisa mais cruel para um jovem que tem que enfrentar todos os medos e dúvidas da primeira relação sexual e ainda ficar com medo de ser contaminado e condenado para o resto da vida?


Fico imaginando como seria se eu fosse jovem hoje. O que eu seria? Talvez mais um deprimido nesse mundo!


Fico observando uma menina à espera de um ônibus (provavelmente ia pegar o irmão mais novo no colégio). Analisei a menina dos pés à cabeça, observando gestos, maneiras, vestimenta, tudo. Depois me senti completamente triste, pois aquela menina que não devia ter mais que 13 anos, mais se parecia com uma prostituta do centro da cidade, aquelas que cobram bem baratinho e atendem em hotéis fedorentos.


Caminho pelas ruas do meu bairro, totalmente desconsolada, sem esperanças.


O Que fizeram com nossas crianças? Quando foi que elas passaram a se espelhar em prostitutas da beira do cais? Certamente não foi de tanto ler Jorge Amado.


Ler? Será que essas crianças tão sexuais sabem ler? Será que sabem quem foi Jorge Amado?


Fico observando essas meninas em suas calças apertadas e de cinturas baixas sentindo-se deusas, mas não passam de papel toalha. Daqueles que depois que se usa joga-se fora.


E com tanta falta de informação, como se conter o avanço da temida AIDS.


(...)


Realmente, quando fiz a comparação de nossos tempos com a década de 70 fiz realmente uma comparação infeliz, pois eles pregavam a liberdade de expressão e o amor livre e, nos dias de hoje, até mesmo amar é perigoso.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Religião ou loucura?


São Cosme e Damião, os santos gêmeos, nasceram na Arábia, no século III, filhos de uma família nobre. Estudaram medicina na Síria e depois foram praticá-la em Egéia. Circunstancialmente entraram em contato com o Cristianismo, tornando-se fervorosos seguidores do cristianismo.
Confiando sempre no poder da oração e na confiança da providência divina usaram sua arte médica para curar os necessitados. Não cobravam por seus serviços médicos, e por esse motivo eram chamados de "anárgiros", ou seja, aqueles que "não são comprados por dinheiro". O seu objetivo principal era a conversão dos pagãos à fé cristã, o que bem faziam através da prática da medicina. Desta forma, conseguiram plantar em terra fértil a semente cristã em muitos corações, sendo numerosas as conversões.
Cosme e Damião viveram alguns anos como médicos e missionários na Ásia Menor. As atividades cristãs dos médicos gêmeos chamaram a atenção das autoridades locais da época, justamente quando o Imperador romano, Diocleciano, autoriza a perseguição aos cristãos, por volta do ano 300. Por pregarem o cristianismo em detrimento dos deuses pagãos, foram presos e levados a tribunal e acusados de se entregarem à prática de feitiçarias e de usar meios diabólicos para disfarçar as curas que realizavam. Ao serem questionados quanto as suas atividades, São Cosme e São Damião responderam: "Nós curamos as doenças em nome de Jesus Cristo e pelo seu poder". Recusando-se adorar os deuses pagãos, apesar das ameaças de serem torturados, disseram ao governador que os seus deuses pagãos não tinham poder algum sobre eles, e que eles só adorariam o Deus Único, Criador do Céu e da Terra“!
Por não renunciarem aos princípios religiosos cristãos sofreram terríveis torturas; porém, elas foram inúteis contra os santos gêmeos, e, em 303, o Imperador decretou que fossem decapitados. Cosme e Damião foram martirizados no ano de 303, na Egéia. Seus restos mortais foram transportados para a cidade de Cira, na Síria, e depositados numa igreja a eles consagrada. No século VI uma parte das relíquias foi levada para Roma e depositada na igreja que adotou o nome dos santos. Outra parte dela foi guardada no altar-mor da igreja de São Miguel, em Munique, na Baviera. Os santos gêmeos são cultuados em toda a Europa, especialmente Itália, França, Espanha e Portugal. Em 1530, na cidade de Igaraçu, em Pernambuco, foi construída uma igreja em sua homenagem.
São Cosme e Damião são venerados como padroeiros dos médicos e farmacêuticos, e por causa da sua simplicidade e inocência também são invocados como protetores das crianças.
Como acontece com tantos outros santos, a vida dos santos gêmeos está mergulhada em lendas misturadas à história real. Segundo algumas fontes eles eram árabes e viveram na Silícia, às margens do Mediterrâneo, por volta do ano 283. Praticavam a medicina e curavam pessoas e animais, sem nunca cobrar nada.
O culto aos dois irmãos é muito antigo, havendo registros sobre eles desde o século 5, que relatam a existência, em certas igrejas, de um óleo santo, que lhes levava o nome, que tinha o poder de curar doenças e dar filhos às mulheres estéreis.
Aqui no Brasil, a devoção trazida pelos portugueses misturou-se com o culto aos orixás-meninos (Ibjis ou Erês) da tradição africana yoruba. São Cosme e São Damião, os santos mabaças ou gêmeos, são tão populares quanto Santo Antônio e São João. São amplamente festejados na Bahia e no Rio de Janeiro, onde sua festa ganha a rua e adentra aos barracões de candomblé e terreiros de umbanda, no dia 27. No dia 27 as crianças saem às ruas para pedir doces e esmolas em nome dos santos e, as famílias aproveitam para fazer um grande almoço, servindo a comida típica da data: o chamado caruru dos meninos.
Segundo a lenda africana, os orixás-crianças são filhos de Iemanjá, a rainha das águas e de Oxalá, o pai de toda a criação. Outras tradições atribuem a paternidade dos mabaças (gêmeos) a Xangô, tanto que a comida servida aos Ibejís ou Erês, chamados também carinhosamente de “crianças” é a mesma que é oferecida a Xangô, o senhor dos raios, o caruru. Uma característica marcante na Umbanda e no Candomblé em relação às representações de São Cosme e São Damião é que junto aos dois santos católicos aparece uma criancinha vestida igual a eles. Essa criança é chamada de Doúm ou Idowu, que personifica as crianças com idade de até sete (7) anos de idade, sendo ele o protetor das crianças nessa faixa de idade. Junto com o caruru são servidas também as comidas de cada orixá, e enquanto as crianças se deliciam com a iguaria sagrada, à sua volta, os adultos cantam cânticos sagrados (oríns) aos orixás.






Quando eu era criança, o dia de São Cosme e São Damião era uma verdadeira festa!
O colégio dava doces, as mães davam doces, as vizinhas davam doces. Era tanto doce que a gente não agüentava comer tudo no mesmo dia!
O tempo foi passando e os doces foram diminuindo. Muitos pais também deixaram de aceitar os doces por se tratarem, segundo eles, doces de macumba. Eu nunca fiquei doente por comer os tais doces de macumba. Para mim eram apenas doces. De alguns eu gostava, de outros não, mas nenhum me fazia mal.
Eu não sei quem foi que inventou essa besteira de que a criança que come doce de São Cosme está cultuando o demônio!
Hoje em dia é demônio para cá, demônio para lá! E o pior é que essa gente coloca essas besteiras nas cabecinhas das crianças.
Não sou contra as pessoas seguirem uma religião, mas colocar certos medos nas cabecinhas das crianças acho uma verdadeira crueldade!
Conheci uma família que obrigava a filha a freqüentar a igreja todos os dias por causa de um coral que a menina participava e era solista. Todos os dias pela manhã era a mesma coisa: a mãe da menina pegava o telefone e começava uma verdadeira rede de intrigas para manter a menina como solista da igreja.
Se alguma mãe reclamava e pedia para o filho fazer o solo estava declarada a guerra!
Há alguns anos, quando meu filho fez 5 anos, eu dei uma festinha no colégio onde ele estudava e 3 crianças ficaram em um canto porque não podiam participar.
Se fosse setembro eu até entendia, mas que mal poderia haver em se comer um bolo de aniversário em março?
Eu fiquei revoltada com a história, mas não podia fazer nada, pois a professora me disse que se as mães das crianças soubessem que elas comeram algum docinho da festa, tiravam as meninas do colégio.
Que o mundo está mesmo uma loucura, eu concordo, mas daí a ver o demo em todos os lugares, acho um pouquinho demais. Sem contar que ter uma fé é saudável, mas fazer da igreja uma obrigação acho que não faz bem para ninguém!
A religião da maioria dessas pessoa passou a ser um meio para elas se projetarem, aparecerem.
Criança tem que ser criança, não deveria se preocupar com coisas como demônios e suas armadilhas. Quando eu era criança, minha avó costumava dizer que não precisava ter medo do escuro porque as crianças eram anjos e nada poderia nos atingir. Hoje em dia, as crianças vão para um acampamento de férias e ficam com medo porque algum louco fala para elas que a boneca riu com uma risada sinistra enquanto elas dormiam e obrigam a dona da boneca a entregá-la para que seja purificada e enterrada!
Com certeza eu me sentia protegida, quando criança, porque acreditava que era um anjo e nada me faria mal. Hoje em dia fazem as crianças temerem uma simples boneca feita de látex, produzida em série, feita para divertir.
Essa questão religiosa é realmente complicada! Os doces são de macumba, a apresentadora de tv tem pacto com o diabo, a música que ela canta se for invertida cultua demônios, a Hello Kit não tem boca porque é do mal, a boneca riu porque estava num acampamento de gente religiosa, não pode assistir a certos filmes ou desenhos porque cultuam o...
Se a religião é uma coisa para fazer o bem, por que eles só falam no mal? Só enxergam o mal?
No caso dos santos católicos, como pode os doces distribuídos no dia do santo pode fazer algum mal?
Agora a nova vítima desses loucos é o coelhinho da páscoa. O bichinho não bota ovos, isso todo mundo sabe, mas as crianças de uma determinada religião estão proibidas de comerem os chocolates distribuídos nessa época por ofenderem a uma determinada religião.
Na minha opinião, a única coisa que o coelhinho da páscoa ofende é a minha inteligência, pois achar que coelhos colocam ovos é um absurdo, mas era poético e gostoso!
Todos os dias eu me surpreendo quando descubro a nova vítima da sanha desses lunáticos!
As vítimas reais são as crianças que perdem a infância porque tudo é proibido e ruim.
Aqui onde eu moro tem uns lunáticos que, uma vez por semana, passam a noite inteira rezando com um caixão fechado sem nada dentro. Pela manhã eles saem carregando o tal caixão e enterram em algum terreno vazio. Dizem estar enterrando o tal temido.
O único problema é que depois alguém da tal igreja vem, desenterra o tal caixão para levá-lo de volta para ser aproveitado na próxima semana.
Fico pensando muito sobre a vida dessas crianças, pois já está tudo tão difícil para essa geração e fica ainda pior quando elas têm pais que freqüentam essas igreja que, ao invés de ajudar, complicam ainda mais a vida de seus frequentadores.



quarta-feira, 10 de outubro de 2007

A natureza é amiga ou inimiga?


Eu sou uma pessoa privilegiada, pois possuo um bom terreno onde posso plantar e colher.
A primeira coisa que plantei foi acerola. Achava lindas aquelas frutinhas vermelhinhas no pé. Aliás, a árvore toda parece de enfeite de tão bonitinha. Demorou 3 anos para começar a dar fruta, mas todos os anos ela se enche de frutinhas vermelhinhas. A única queixa que eu tenho é que além de bonitinhas e cheia de vitamina C, deveriam ser docinhas.
Resolvi plantar mamão. Tenho 2 pés de mamão.
O mamão logo que cresceu, começou a dar frutas. Primeiramente de maneira discreta: dava 1 ou 2, depois começou a dar 4 ou 5 e esse ano já deu mais de uma dúzia!
Como essas frutas demoram a amadurecer!
Isso sem contar que tenho que disputar os meus mamões com os passarinhos. Se eu deixar amadurecer totalmente no pé, os passarinhos bicam tudo!
Como o ser humano é um eterno inconformado, plantei 2 mangueiras. E olhem que não suporto nem o cheiro da flor da mangueira!
Cada vez que venta mais forte, cai um monte de manga sem nem mesmo amadurecer! Ainda não vi nenhuma manga madura.
Plantei também 1 bananeira, que já virou 2, 3, 4, 5 e banana nada.
Mês passado começou a sair um cacho e fiquei toda contente, mas o cacho deu apenas 1 dúzia de bananas e tudo miudinha de dar dó.
Plantei uma amoreira que está sempre cheia de amoras, mas a gente tem que ver e comer, senão elas amadurecem e caem no chão.
Agora eu plantei um coqueiro que está demorando uma eternidade para crescer!
Não sei se o agricultor tem que administrar todas essas perdas, mas eu estou desiludida com as minhas frutinhas. Embora elas sejam muito bonitinhas, não produzem aquilo que eu esperava.
Se dependesse de eu viver das minhas frutas estava perdida!
Aliás, eu sou 8 ou 80.
Comprei um pé de Dama da Noite porque adorava o cheiro das flores quando abriam a noite. As flores abrem de 2 em 2 meses e era superagradável abrir a porta de noite e sentir o cheirinho da Dama da Noite. Eu disse era porque a exagerada aqui resolveu fazer mudas e plantar uma na frente da casa e outra atrás! Imaginem 3 pés imensos de Damas da Noite dando flor ao mesmo tempo!!! Chega a ser intoxicante!!!
De primeiro era um prazer abrir a porta da frente da casa, hoje em dia é uma verdadeira tortura deixá-la aberta!
Ainda me queixando dos meus exageros, gostaria de deixar registrado que quando mudei para essa casa o sol que batia na minha parede da sala no verão era algo impressionante!
Primeiro eu construí um muro para diminuir, nada adiantou. Resolvi ficar observando da onde vinha o sol e plantar árvores na direção dele.
Primeiro eu plantei uma mangueira, porém como estava demorando muito para crescer, plantei uma Amendoeira. A Amendoeira cresceu bem rápido, mas eu não contabilizei a quantidade de floras que caem todos os dias na minha calçada. E como caem folhas!
Agora eu desisti mesmo de tentar resolver meus problemas com a natureza e resolvi plantar telha na frente, fundos e nas laterais da casa.
Ando mesmo muito desanimada com o meu jardim, que já foi o mais bonito e florido do condomínio inteiro. Principalmente porque a minha casa ainda não está totalmente pronta e, cada vez que a obra se reinicia, elas ficam meio prejudicadas.
A minha acerola, apesar de estar carregadinha de frutas, teve que ser podada até a metade! É uma pena, pois antes de podá-la, tiramos duas sacolas de supermercado cheias, mas não dava para passar com as telhas no meio dos galhos da acerola, até porque, só de esbarrar nos galhos, você fica todo pinicando, parece que tem um monte de agulhas enfiando no seu corpo. Enquanto você não toma um bom banho de bucha, não para de se coçar.
E por falar em buchas... Eu também plantei uma sementinha de bucha que logo se espalhou, espalhando buchas por todos os lugares. Tem bucha pendurada pelas minhas paredes, pelas paredes dos vizinhos, pelo telhado do vizinho...
A natureza algumas vezes é muito constrangedora...
Falando em constrangimento, como a minha calçada é de grama e a do meu vizinho é de pedras, plantei uns pingos de ouro separando as duas. Com a vida corrida, esqueci de podar o bichinho e ele cobriu o relógio da light do vizinho com os seus galhos. Ainda bem que, se a minha vida é corrida, a dele é bem pior e acho que ele só se deu conta do que estava acontecendo quando chegou em casa e viu que eu tinha cortado o bichinho lá em baixo.
Eu sou realmente exagerada em tudo que faço e, agora, nesse momento, não pretendo plantar mais nada no meu jardim. Até porque, algumas dessas plantas já estão me atrapalhando, isso sem contar a quantidade de insetos que a maioria delas atraem.
É tanta aranha, abelha, formiga, cachorrinho do mato, pernilongos, mosquitos...
É tanto inseto que agora só me deixo ser picada se o inseto vir com plaquinha de identificação, caso contrário, nem chegam perto. Passo tanto repelente no corpo que fico toda grudenta.
Toda essa minha experiência com o meu quintal me fez refletir sobre o homem do campo e sua árdua tarefa de administrar toda essa fúria da natureza e ainda garantir seu sustento dessa forma. É uma tarefa muito árdua!
Esses homens são verdadeiros santos por ararem a terra, terem a paciência para esperar produzir, colher na hora certa, evitar as pragas...
Muitas vezes a falta ou o excesso de chuva faz com que todo o seu trabalho seja perdido. Viver contando com a natureza é realmente uma coisa muito difícil e com toda destruição da natureza, fica cada vez mais difícil produzir o suficiente para obter algum lucro.
Devemos tentar reverter um pouco essa situação, pois em breve não teremos mais o que comer, já que tudo depende da natureza.
Plante uma árvore, apesar do transtorno, garanto que irá te dar muito prazer em vê-la crescer e te presentear com uma linda sombra para um maravilhoso final de tarde.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Ensino de qualidade para todos


Hoje eu resolvi escrever sobre um assunto que me deixa muito preocupada: o ensino em nosso país.
Ainda outro dia eu ouvi o presidente do PDT, Carlos Lupi, falar que as crianças deveriam ficar o dia inteiro no colégio. Eu acho que seria muito bom que as crianças pudessem realmente ocupar o espaço da escola o dia inteiro, entretanto, o problema é que não temos escolas suficientes nem no período normal, quanto mais para que elas passem o dia inteiro!
Algumas crianças estão impossibilitadas de freqüentar o colégio por causa da violência. Tiroteios constantes fecham alguns estabelecimentos, sem contar que a deficiência do nosso país não se restringe ao espaço físico, temos um déficit de material humano. Faltam professores, inspetores, merendeiras...
Seria ótimo que as crianças da rede pública pudesse ficar o dia inteiro na escola, seria melhor ainda se tivesse vagas para todas.
Aqui na região onde moro faltam mais ou menos 400 vagas para as crianças. Isso é o que se acredita, pois se formos investigar bem a fundo, vamos chegar à conclusão que faltam quase 1000 vagas na região.
Por onde ficam essas crianças? Por onde andam enquanto os seus pais trabalham o dia inteiro?
Sem a escola para instruir e com os pais a trabalhar o dia inteiro, como fica a formação dessa criança?
Em alguns casos, mesmo que haja vaga, o ensino é tão ruim que não dará futuro para nenhuma dessas crianças.
Não sei se em outros estados ocorre a mesma coisa, mas, na cidade do Rio de Janeiro, a criança entra na escola pela idade, não pelo conhecimento, isto é, não importa se ela saiba ou não ler, se tem 9 anos tem que freqüentar a 3ª série!
É um verdadeiro caos, pois tem que se ensinar matérias quando a criança não sabe nem juntar as sílabas! E o detalhe mais bizarro dessa lei é que até a 4ª série ela não pode ser reprovada!
A pré-escola é uma verdadeira utopia! No ensino público quase não existe vagas para as crianças!
Não dá para entender porque o ensino público no nosso país é de tão baixa qualidade, pois os professores que dão aulas nos colégios particulares, muitas vezes, são menos qualificados que os que dão aulas em colégios públicos e, na maioria das vezes, ganham menos!
Outro aspecto que devemos considerar é que a maioria das escolas está superlotada e as salas de aulas estão com 40, 50 alunos. Sem contar que faltam professores de várias matérias fundamentais.
Veja bem, seria muito simples resolver os problemas de educação se de 3 em 3 anos fosse feito um concurso público e os aprovados fossem contratados, mas isso não é feito.
Falta dinheiro para a educação, mas não falta dinheiro para pagar os salários dos vereadores, deputados e senadores!
Quando eu digo que não vejo sentido em ir votar as pessoas me criticam, porém, não vejo solução para nossos problemas passando pelas urnas. Não vejo ser aprovada sequer uma lei que venha mudar o caos em que se transformou o nosso país.
Quando votamos em algum candidato nos tornamos reféns dele, pois é ele quem vai decidir qual lei deve ou não ser aprovada. Na minha opinião, a lei antes ser aprovada, deveria passar pela aprovação popular através de abaixo assinados ou votações. Seria um processo muito trabalhoso, entretanto, não teríamos mais tantas leis sendo aprovadas sem a aprovação popular.
Todos aqueles que dizem trabalhar para o povo, na verdade, trabalha em proveito próprio, pois se fosse pela vontade popular, um deputado não ganharia mais do que um professor ou um médico do sistema público de saúde.
Deveríamos ter uma escola pública em cada esquina, pois temos em cada rua 10,15 crianças precisando estudar.
Não sou contra a construção do chamados CIEPS, mas se tivéssemos escolas menores e mais espalhadas, não seria preciso que os alunos se deslocassem para longe de seu bairro. Na maioria das vezes, essas crianças vão sozinhas para a escola ou acompanhadas pelos irmãos mais velhos e seria bem mais confortável para os pais se elas pudessem estudar a 100, 200 metros de casa.
Outra coisa que me intriga profundamente é o fato da maioria das crianças que estudam no colégio público terem tanta dificuldade em aprenderem a ler. Talvez essa dificuldade esteja relacionada com o fato da maioria delas não passarem pela pré-escola que, como já disse, é quase inexistente no sistema público.
A missão do professor do ensino fundamental está ser tornando praticamente impossível, pois na maioria das vezes, têm que lidar com alunos totalmente despreparadas. As crianças passam pelas séries sem aprender nada ou quase nada.
Não dá para entender essa lei que permite que as crianças sejam aprovadas automaticamente, desde que frequente a escola. Também não dá para entender por que os cadernos das crianças ficam quase vazios até o final do ano. Matérias como história e geografia nem são tocadas nas 4 primeiras séries.
Acho difícil que o deputado Carlos Lupi consiga fazer com que todos esses problemas sejam resolvidos simplesmente colocando as crianças o dia inteiro na escola. As leis têm que ser mudadas e os colégios avaliados severamente.
Gostaria hoje de dizer que tenho orgulho de ser brasileira, mas com a política que está sendo praticada nos dias de hoje, onde falta o básico, fica realmente muito difícil.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Das imbecilidades da vida e do ser humano...


Estava assistindo ao RJ TV e observando que muitas pessoas correram a Meia Maratona do Rio. Vi uma senhora que trazia um galo, ao qual ela chamava de Rafael, um monte de gente fantasiada e outro tanto que via-se não ter condição nenhuma de estar ali. Ora corrida é para corredores profissionais! Se não fosse cobrada taxa alguma para participar da corrida, eu até entenderia o número de amadores na prova, mas, normalmente, se cobra uma taxa, que hoje em dia não é muito barata assim.
Fico pensando o que leva uma pessoa a pagar uma taxa de 40, 00, 50,00 reais para correr do nada a lugar nenhum e não lucrar nada com isso.
Tem muita gente que faz essas coisas para aparecer, porém eu me pergunto se vale a pena aparecer de maneira ridícula na televisão.
Quando se perde a noção do ridículo?
Quando foi que ser normal passou a ser errado?
Fico vendo pessoas fazendo coisas inacreditáveis para se destacarem na multidão, seja de forma positiva ou mesmo negativa, o negócio é aparecer.
Outro dia peguei o ônibus no sentido de Campo Grande, me sentei e fiquei observando as pessoas ao meu redor.
Estranhei o fato de o motorista ter parado no ponto para recolher duas estudantes de escola estadual, coisa muito pouco comum e estas, encontrando lugar vago, sentaram.
No ponto seguinte, entrou um homem acompanhado de uma mulher com uma criança de colo. O homem entrou primeiro, pagou a passagem dos dois e bateu no ombro da menina de uniforme e MANDOU que ela levantasse para dar lugar para sua esposa. Lógico que qualquer pessoa daria lugar para aquela mulher com uma criança no colo, não havia necessidade daquela ignorância!
No ponto seguinte entrou um senhor de idade e o homem fez o mesmo com a outra menina uniformizada, só que o senhor olhou para ela e disse que não precisava.
Eu estava vendo a hora que ele iria decidir todos os assentos do coletivo.
Perto do calçadão de Campo Grande, o sujeito viu um conhecido na rua e GRITOU qualquer coisa pela janela! Isso mesmo, GRITOU, como se só ele estivesse dentro do ônibus e não fosse incomodar a ninguém!
Quando foi descer, além de não agradecer a menina que cedeu o lugar para a sua esposa, ainda fez questão de empurrá-la com uma bolsa enorme que estava carregando!
Esse não foi o único absurdo que aconteceu durante essa viagem. O motorista parou ao lado de um outro ônibus e aos berros mandava o seguinte recado: “- Fala para o João que eu não tenho filho viado”. Isso mesmo, o motorista falou um palavrão aos berros, sem a menor cerimônia.
Não há mais respeito algum com o seu semelhante!
Em outra viagem de ônibus, dessa vez vindo de Sepetiba, um senhor, deficiente físico, pediu que o motorista abrisse a porta de trás para que ele pudesse entrar. O motorista abriu, mas não esperou o tempo necessário para que ele pudesse entrar, fechando a porta e deixando metade do corpo do senhor para dentro e a outra metade para fora!
Foi um desespero total dentro do coletivo, pois se aquele senhor caísse para fora do ônibus, poderia até mesmo morrer. Foi uma gritaria louca até que o motorista parasse, abrisse a porta e uma alma caridosa o ajudasse a se sentar.
Foi realmente uma sorte muito grande não ter acontecido nada com aquele senhor!
Aliás, viajar de ônibus é uma verdadeira comédia no Rio de Janeiro, isso quando não acaba em tragédia!
No ano passado fui com o meu marido fazer uma cobrança em um cliente que fica localizado em Senador Camará. A ida foi tranqüila, mas na volta começamos a ver uma fumaceira danada saindo da frente do ônibus e logo começou a gritaria. A meio a gritos de para, para, o motorista resolveu parar, mas não abriu a porta. Eu virei para o povo e falei: assim que abrir a porta saem os professores e os enfermeiros primeiro.
Lógico que quase fui linchada pela multidão que se acotovelava para sair pela porta. Todos queriam sair primeiro.
Ao sair, percebi que o ônibus estava pegando fogo e que o motor já estava pingando no chão. Lógico que o motorista era tão bem treinado que estava apagando o foguinho conforme caía no chão e não direto do foco.
Sentei-me na calçada, esperei o pessoal acalmar e fui perguntar para o motorista qual era o procedimento padrão da empresa para “esses casos” e ouvi um sonoro hã? como resposta. Resolvi me recolher a minha insignificância, pois visivelmente nós não falávamos a mesma língua.
Outra que me aconteceu: Deixei meu filho para passar férias na casa da minha mãe em Niterói e voltei de 381, o que é um acontecimento. Bem no meio da Avenida Brasil, um sujeito chega bem perto de um outro e fala: -“Quem é vivo sempre aparece, não é safado?”
Logo depois começou a fazer um série de acusações do tipo: “Esse safado me roubou”.
E ficava repetindo: “me roubou, me roubou, me roubou”.
O pessoal do ônibus começou a correr de um lado para o outro, em blocos dentro do coletivo cheio.
O motorista, ao chegar em frente de uma delegacia, parou. Dois policiais vieram direto na direção do ônibus e, segurando os dois sujeitos, perguntaram o que estava acontecendo e o motorista falou que era briga. O sujeito enfurecido dentro do ônibus disse que era roubo e o outro disse que estava sendo ameaçado.
Pronto! Lá ia eu passar o resto da tarde na delegacia!
O motorista desceu, explicou o que estava acontecendo e, logo retomamos a viagem sem entender patavinas do que estava acontecendo.
O ser humano está mesmo sem menor de ridículo e eu, apesar de não gostar nadinha de dirigir, acho que vou comprar um carro para mim, pois não agüento mais o tal do coletivo!

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

A magia da natureza


Os elementares.






Eu sei que com essa enxurrada de desenhos e filmes falando sobre magia o que eu vou falar parece até modismo, mas, estava eu observando o fogo que estava se espalhando pelo mato quando pensei: Existe coisa mais bela e mais destrutiva do que o fogo?
Não estou falando daquele fogo que acendemos todos os dias para cozinhar. Falo daquele que colocamos em um mato seco e que se espalha ao sabor do vendo, limpando, estalando, destruindo tudo que se encontra em seu caminho.
Sei que alguns “ecochatos” vão achar um absurdo eu colocar fogo no mato quanto mais filosofar sobre o fato, mas o calor e o brilho das chamas ao vento realmente me impressiona.
A natureza é a mais sábia e mais bela de todas as deusas e estavam certos os nossos antepassados quando a cultuavam.
O homem hoje na sua sabedoria cultua deuses de papel e não consegue explicar com clareza como o mundo e as coisas se formaram.
Mais fácil acreditar estarmos diante da mais bela deusa do que achar que alguém fez as coisas como elas são?
A natureza nos dá o pão, o ar, a terra, o fogo, a água e quando a destruímos sofremos as conseqüências por isso. O homem está sendo destruído simplesmente porque perdeu a fé na única e legítima deusa que o abriga: a natureza.
Toda magia que envolve nossas vidas vem da conjugação de todos os elementares que dela transpira. Impossível pensar que o homem cultue o ser humano como deus e criador dessa maravilha.
Quando o homem era mais humilde, pois não se achava conhecedor de tudo, cultuava a Grande Mãe como senhora de seu destino. Com o passar dos séculos, passou a investigar e atribuir deuses criadores e, como se achava melhor do que todos os seres, criou um deus a sua imagem e semelhança.
Alguns dirão que eu estou louca, que não terei direito ao reino dos céus, mas já está provado para todos que no céu só tem nuvens e que São Jorge não mora na Lua. Falam muito sobre céu e inferno, mas não explicam como um ser pode gerar outro perfeito. Temem uma vingança divina e não enxergam que ela vem todos os dias. Basta que joguemos lixo no chão para que as enchentes nos devolvam esse desaforo.
O culto do céu e do inferno deixou o ser humano numa situação muito confortável, pois se deus está no céu e o diabo no inferno, não deve dar satisfação a ninguém. Se errar é só pedir perdão que deus perdoa. Esquecemos de nos desculpar cada vez que cortamos uma árvore, como se ela não fizesse falta, como se fosse insignificante. Arrancamos tantas árvores que hoje estamos sofrendo com o aquecimento global. Sim, aquele ser que deveria ser retirado porque “estava atrapalhando” os nossos planos, hoje está nos fazendo falta.
Toda tecnologia não substitui o ar puro que precisamos para viver.
Eu, parto desse mundo feliz, pois a minha parte faço hoje e todos os dias. Enquanto as autoridades estão implorando para que as pessoas plantem ao menos uma árvore, eu plantei pelo menos dezoito.
A Deusa Mãe está nos cobrando o que nos deu de presente e nós desprezamos, esbanjamos, destruímos. Não éramos donos do planeta, ele apenas nos foi emprestado para que usássemos com sapiência.
Só agora estamos limpando o lixo que colocamos embaixo dos nossos tapetes persas. Produzimos tanto dinheiro, tivemos tanta ganância e agora estamos perdendo o nosso ar.
A sua, a nossa arrogância consumiu o nosso chão e o nosso ar. Estamos sufocando nossos animais, que nada entendem sobre a nossa burrice.
O homem se acha superior porque pensa, mas esse é o único fator que o coloca inferior aos demais animais. Foi por pensar em soluções que o homem perdeu seus instintos e se tornou preguiçoso e, se a Grande Mãe resolver acabar com sua mordomia e fazê-lo voltar para o princípio, acabando com suas mordomias, certamente muitos irão perecer.
Temos que acordar e voltar nossos olhos para a antiga religião! A única que esteve presente desde o princípio. Desde que o homem se escondia nas cavernas!
E não precisamos muito para isso, basta consertarmos todo mal que fizemos ao nosso planeta para termos de novo as graças da Mãe Natureza!

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Quando perdemos o medo?

Até bem pouco tempo atrás
Poderíamos mudar o mundo
Quem roubou nossa coragem?
Tudo é dor E toda dor vem do desejo
De não sentirmos dor”.


Quando era mais nova tinha muito medo: De morrer, de ser assaltada, violentada, sair na rua sozinha, de sofrer um acidente...
Hoje, depois de atravessar meio mundo em pleno domingo, cheguei à conclusão de que muito pouca coisa me mete medo.
Peguei 2 ônibus, estive em um terminal rodoviário totalmente abandonado e nada me assustava. Só tinha em minha mente o meu destino. Não que eu seja uma pessoa destemida, só que o medo não faz parte mais do meu vocabulário.
Talvez a vida já não tenha o mesmo valor para mim hoje, como tinha antes, não sei.
Ou talvez já tenha vivido tantas situações que não tenha mais noção do que seja realmente perigoso, ou não.
A vida nos torna experientes, mas, ao mesmo tempo mais duros e menos sensíveis.
Algumas vezes me sinto muito deprimida diante dos fatos. Não vejo saída para a nossa situação geral e vejo o tempo passar e transformar o belo em feio, o amanhã em nunca. Não consigo mais ter esperanças de que tudo vai mudar e que algo extraordinário vai acontecer. Onde foi que perdemos o rumo dessa nau?
Todos os dias ao assistir ao jornal vejo vidas se perdendo em vão.
Eu temo pelo meu filho, pois o mundo que deixo de herança para ele é um mundo odioso e cercado de injustiças.
O mundo em que vivemos hoje está sendo comandado pelo poder do dinheiro, essa é a única linguagem que todos entendem. As pessoas valem pelo que elas têm e não pelo que elas são. Nunca houve tanta divisão de classes como nos dias de hoje!
Quanto vale a vida de uma pessoa? Nada, as pessoas se destroem por conta de uns trocados no interior de uma carteira.
Da maneira que as coisas andam em breve a única coisa que vai ter realmente valor de mercado serão as munições. Estamos vivendo tempos em que prevalece a lei do mais forte, onde aquele que consegue subjugar é que é considerado deus. Na “luta do bem contra o mal”, a batalha está praticamente decidida e, por enquanto, independente de quem ganhe, todos estamos perdendo.
Rimos da nossa desgraça porque choramos diariamente das nossas vidas medíocres. Trabalhamos, estudamos, pagamos as contas sem motivação, sem vontade, sem brilho olhar e, talvez por isso, perdemos os medos. Passamos os dias tão sem brilho, sem mágica, que talvez nossas vidas não valham tanto assim para nós mesmos.
Os sonhos se perdem pelo caminho pedregoso que percorremos diariamente. Algumas vezes eu me permito sonhar. Fecho os olhos e vejo em volta numa realidade virtual, do modo que eu gostaria que as coisas fossem, não como são, mas esse delírio dura pouco.
Gosto de subverter a realidade, mesmo que por instantes, torna a realidade menos dura.
Algumas vezes penso que essa capacidade de abstração é que faz com que haja certa passividade, pois enquanto se sonha não se luta por dias melhores.
Arriscamos nossas vidas a troco de nada e não temos coragem para mudar a situação à nossa volta.
Perdemos o medo ou a coragem?
Eu mesma há bem pouco tempo tinha um ideal de vida muito bonito e hoje não consigo nem exercer os direitos que conquistei ao longo dos anos.
Falta-me ânimo, vontade, desejo...
Pego-me olhando para o nada e pensando no vazio. Como se esperando dos céus algo além da chuva. Esperando uma solução para o nada.
Eu cresci ouvindo a teoria de que o mundo iria acabar no ano 2000 e quando “virei” o ano iniciei 2001, pensei que a profecia tinha falhado, mas hoje, após presenciar tantos acontecimentos antagônicos, entendo melhor o seu significado: O mundo que conhecíamos até o ano 2000 realmente acabou, não existe mais. Os deuses são outros, as crenças são outras, tudo está mudado. Como se uma civilização inteira tivesse sido dizimada e, em seu lugar surgisse outra completamente diferente. Apenas um ou outro sobrevivente, assim como eu, foi poupado para contar para a nova geração como era tranqüilo viver no Planeta Terra, tempos atrás.
Sinto-me mesmo impotente diante da vida e dos fatos como estão ocorrendo. Nem a mim mesma eu reconheço mais. Não sei quando essa passividade foi incorporada à minha personalidade!!!
Costumo dizer que se eu morresse hoje, estaria feliz, pois já vivi tudo de bom nessa vida e que a vida que levo hoje não chega a ser sombra do que era no passado.
Talvez por isso me arrisque tanto: por não ter uma motivação forte para continuar vivendo em um mundo tão cruel como esse.
A doença que nos mata hoje é a intolerância, o desrespeito, a falta de decência.
Sinto-me sozinha nesse mundo doente. Um mundo em que sair na rua todos os dias é mais perigoso do que saltar de para quedas.
I need a hero!
Sim caro leitor, E preciso de um herói!
E por que está escrito em inglês?
Para que ver se consigo importar um herói, pois não vejo em nosso país ninguém disposto a fazer qualquer tipo de mudança. Ou será que todos desistiram de vez de serem felizes e se corromperam vendendo seus sonhos na hipótese patética de ter, ao invés de ser.







segunda-feira, 30 de julho de 2007

Onde você estava no dia da queda do Airbus da TAM?


No dia em que o airbus da TAM caiu eu estava terminando mais um dia de estudos e tinha acabado de ligar a televisão para distrair um pouco a minha cabeça. Pois sim distrair!
O Willian Bonner entrou no ar ao vivo e começou a transmitir a matéria meio sem saber ao certo o que estava acontecendo.
A princípio pensou-se que um avião tinha explodido em um hangar vazio, porém logo foi revelado que um avião teria saído da pista, atravessado uma avenida movimentadíssima e invadido um galpão da companhia.
Eu na hora não consegui dizer nada, ficava olhando para a TV sem conseguir entender o que estava acontecendo. A tragédia era certa, eu sabia que um avião daquele porte e com a crise aérea brasileira, estaria com a sua lotação completa.
Naquele momento eu me senti totalmente vazia, abandonada mesmo.
Que a situação de nosso país não estava boa eu já sabia, mas chegarmos ao ponto de acontecer um acidente dessa proporção?
Eu moro no Rio de Janeiro, uma cidade que já foi orgulho de nossa nação, mas hoje está um verdadeiro caos.
Eu ainda posso dizer que onde moro é relativamente tranqüilo, mas mesmo assim, não tenho para onde ir, pois se quiser me divertir e freqüentar barzinhos ou outros locais tenho que passar, obrigatoriamente pela “zona de conflito”.
Morrem pessoas todos os dias vítimas do conflito armado da nossa guerrilha urbana, nas nossas estradas mal conservadas, mas naquele dia morreram centenas de pessoas no mesmo momento.
Na minha opinião, não é o momento de se discutir de quem é a culpa e sim evitarmos que essa atrocidade se repita.
Pior, assim que o acidente aconteceu, percebemos que o nosso país está acéfalo, pois o nosso presidente não se dignou a dar sequer uma declaração sobre o acontecido.
Está certo que não dava para voltar no tempo e impedir que o desastre viesse a acontecer, como no filme Dê Já Vu, mas pelo menos um pedido de desculpa a nação o nosso povo merecia ou quem sabe uma certeza de que tudo seria averiguado com clareza e seriedade. Entretanto, nosso amado presidente resolveu se calar diante dos fatos.
É uma total falta de consideração com o povo desse país que já sobre o suficiente com a política monetário que consome todo o seu salário, que sofre por não conseguir um emprego decente, uma moradia fora das áreas de risco, não consegue matricular seu filho na escola e, muitas vezes quando consegue, a criança não pode estudar porque o colégio está em uma área de risco. Direito a saúde? Esse não existe há muito tempo.
Eu me sinto de luto, pois junto com aquelas pessoas foram enterrados também o respeito, a moralidade e a esperança de nosso país.
Cada caixão que é fechado um pouco de nossa dignidade é colocada dentro dele.
Eu sei que de nada adianta ficarmos nos queixando sem tomarmos nenhuma atitude e essa atitude tem que levar à demissão de todos os envolvidos nesse escândalo.
Esse país está precisando de liderança, de gente patriota que ame realmente o solo em que vive.
Onde estão as pessoas que realmente querem fazer algo de bom ou pelo menos fazer o seu trabalho? Sim, pois quando são eleitos os políticos têm determinados deveres e sempre voltados para resolver os problemas da população. Se não estão fazendo é porque não estão trabalhando e se não estão trabalhando têm que ser destituídos, demitidos sumariamente.
Falam em “crise aérea”, mas que crise? Crise é uma coisa que vai e passa, mas o que temos é a constatação da falência da nossa pátria.
Talvez esse seja o grande problema de nossa nação: ser uma pátria!
Parafraseando Caetano Veloso “eu não quero pátria, quero mátria, eu quero frátrea”.
Se tivessem nossos governantes o carinho de mãe ou de irmão pelo povo, não estaria essa bagunça!
Faz 12 dias já que aconteceu o acidente e só agora eu consigo falar sobre o assunto com alguma clareza, mas nosso presidente só conseguiu dá uma declaração razoável 5 dias após! Ele é o norte dessa nação! Deveria ter uma resposta diante da perplexidade geral que se instaurou na mente de cada ser pensante de nossa nação!
Estamos absolutamente indefesos diante de quem detém o poder.
Isso tem que acabar!
O povo cobra explicações e ninguém se responsabiliza por elas.
Os ministros dizem não serem responsáveis. Se não são, quem seria então?
Não foram estes nomeados por um presidente eleito pelo povo?
Se nem o presidente eleito pelo povo consegue que nos dêem explicações claras sobre o acontecido, quem falará por nós?
Estaríamos nós tão desgovernados e a mercê de qualquer oportunista?
Comparo o governo Lula ao reinado de D. João VI. D. João literalmente entregou o nosso país nas mãos dos ingleses e o Lula o faz para os EUA.
Nosso povo está entregue às baratas, mas houve um adiantamento de 6 meses da nossa dívida externa.
Realmente não sei que rumo essa nau vai tomar, entretanto, peço sabedoria para quem for tomar as decisões.

domingo, 29 de julho de 2007

As maravilhas do mundo moderno

Há anos atrás, quando não existia tanta tecnologia, muitas de nossas lembranças se perdiam com o tempo.
Eu vivia cantarolando uma música que perguntava para as pessoas e elas não sabiam o nome, nem se lembravam dela. Comecei a achar que ou ela não existia ou era de um outro conjunto. Digitei a frase que me lembrava dela e a encontrei em um blog de um homossexual (não riam) e o nome dela também. Tudo em pouquíssimos segundos.
Com auxílio de um outro site, o orkut, enviei o pedido para os participantes para que me enviassem e pronto!
Uma música que eu não sabia nada sobre ela, derrepente, descobri o nome, o artista, o álbum, e a própria música em menos de 12 horas!
Nem precisa dizer que passei o dia inteiro ouvindo a minha música!
Sem contar os amigos que achei que havia perdido total contato e os encontrei depois de anos sem nem ouvir uma notícia sequer!
Foi uma grata surpresa ligar meu computador num dia de manhã e ler um recado da minha melhor amiga do tempo de adolescente!
Muitas vezes já chorei lembrando de pessoas que achei que nunca mais encontraria e tive a grata surpresa de reencontrar através da internet.
Eu perdi muito o contato com as pessoas depois que me casei. Não sem bem porque fiz isso, mas me isolei do mundo depois que me casei. Hoje me sinto muito sozinha por isso.
Hoje a internet tem me ajudado a corrigir esse erro, pois realmente sinto falta de pessoas que foram importantes para mim.
Também sinto que a minha personalidade ficou prejudicada depois que deixei de ter coisas minhas, meus amigos, minha turma e passei a viver um função de uma condição social.
A tecnologia vem me ajudado muito, pois através dela voltei a estudar, a escrever, a consultar, tudo!
Ainda tem coisas que não consigo fazer sozinha, preciso que meu filho, meus alunos ou para os amiguinhos de meu filho. Afinal, computador é coisa de criança e só elas podem manuseá-las com total habilidade.
Um conhecido meu, que não entende muito bem como essas coisas funcionam, disse para mim que “a internet é coisa do demônio”. Eu não concordo muito com isso, pois a internet pode até ser coisa do demônio, mas está a serviço dos deuses, pois facilita a vida de todos e aproxima as pessoas, leva conhecimento para aqueles que não podem sair de suas casas, oferece material gratuito para muitos que não podem gastar, soluções para problemas, ajuda no dever de casa das crianças, tudo pode ser resolvido com um simples conectar de fios e máquinas.
Eu sei que eu ainda estou engatinhando no que se refere a internet, também não tenho certeza de que alguém realmente tenha conhecimento de tudo que se pode fazer através da internet, mas hoje eu não consigo sequer imaginar a minha vida sem ela.
Se eu para pensar na alegria que eu senti hoje ao “baixar” uma música de 1989!
Isso mesmo 1989! Seria quase impossível encontrá-la sem o auxílio da internet.
Sabem aquelas músicas que você acha tão linda que queria ter sido você o autor?
Bem essa música tem um caso de amor comigo. Eu não discordo de nenhuma palavra, nada.
Enquanto eu ouvia a música, que eu julgava que jamais iria ouvir de novo (pensava ter sonhado que ela existia), ficava imaginando onde eu estava em 1989...
Eu estava cheia de planos e no segundo ano de faculdade. Talvez se tivesse ouvido melhor a letra da música, talvez não tivesse feito tantas besteiras. Não sei, pois o SE sempre conspira contra nós. A gente sempre pensa que poderia ter feito melhor do que fez, entretanto, como não temos segunda chance, pelo menos estou resgatando minhas memórias.
Tenho guardado e também compartilhado minhas lembranças como se fossem verdadeiros tesouros e, se você parar pensar direitinho são, pois fazem parte de um tempo que não voltam mais.
Quando eu era criança, nós saíamos de férias no final do ano (única época em que meu pai podia parar de trabalhar) e meu pai nos colocava dentro do carro e nos levava para o sul de Minas Gerais e, a certa altura, o rádio não “pegava” mais e ele do nada começava a cantar. Essas músicas já eram antigas nessa época e nunca pensei que poderia encontrá-las, mas na internet tem de tudo um pouco!
Não tem um dia sequer que eu não ligue a internet, nem que seja para dizer um oi para os meus amigos, tenho que entrar, é como um vício. Sem contar que, cada vez que acho um pedaço da minha história, lembro de um outro que ficou perdido e que gostaria de tentar resgatar.
Não sei se vou viver o suficiente para montar o quebra-cabeça da minha vida, mas pelo menos eu estou tentando.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Difícil missão

Os anos passam e, ao invés das coisas melhorarem, só pioraram. Não vejo mais nas ruas a alegria de tempos atrás. Está certo que essa garotada tem mais liberdade que nós, mas de que adianta ter a permissão para sair e não poder ir para lugar nenhum sossegado?
E se eles têm essa liberdade hoje é porque nós demos a eles.
Temos uma geração de suicidas em potencial! E não é exagero nenhum isso que eu estou falando, pois a maioria dos jovens que conheci ultimamente fala ou já tentou suicídio. Normalmente os rapazes e por alguma história de amor mal resolvida.
Não sei o que está acontecendo com essa nova geração. O que está parecendo é que houve uma inversão de valores tão grande que as meninas estão saindo com um monte de caras sem se ligar em nenhum e os meninos estão descobrindo um lado sensível que não estão preparados para lidar.
Antigamente as coisas eram um pouco mais fáceis, pois os papéis eram bem definidos em nossa sociedade: O homem era o provedor e a mulher cuidava da família.
Não se discutia os papéis sociais, porém a mulher não passava de um objeto passado do pai para o marido. Não se falava em amor, em paixão em igualdade entre os sexos, nada. Muitas vezes a mulher não podia nem mesmo estudar. Para quê tanto estudo se o seu futuro já estava traçado?
Alguns casamentos eram verdadeiras troca de interesses, alianças entre famílias ou troca em dinheiro mesmo.
Minha bisavó casou com 13 anos com um homem com mais do dobro da sua idade. Casou-se com 13 anos e teve mais de 8 filhos. Isso porque ele morreu com 32 anos, pois se tivesse vivido mais, provavelmente teria tido uns 13, 15. A mulher era feita para isso, para casar, ter filhos, cuidar da casa, mais nada.
Minha avó já viveu uma situação completamente diferente, pois apesar de ter nascido em “berço de ouro”, com a morte precoce do pai teve que trabalhar desde cedo e sua situação não mudou muito ao se casar, pois tinha que trabalhar e tomar conta da casa. Durante o dia ela cuidava da casa e dos filhos enquanto sentava em uma máquina de costura e trabalhava para ajudar o marido.
Meu pai foi muito claro com minha mãe e disse que ela não poderia mais trabalhar após o casamento e assim foi feito. Minha mãe vivia para andar atrás dos 3 filhos. Levantava às 5 horas da manhã para dar conta de todos os seus afazeres! Não tínhamos nem o trabalho de acordarmos sozinhos, ela nos chamava. Até hoje é assim na casa de minha mãe. Ela cuida de tudo e de todos. Fico enlouquecida só de vê-la se movendo de um lado para outro resolvendo os problemas de todo mundo e ainda cuidando da casa.
Eu também me casei e até tentei ficar em casa, mas eu simplesmente não dou conta de fazer as coisas e não gosto de ficar mendigando dinheiro ao marido. Lógico que os gastos da minha mãe nem chegavam perto dos meus, pois quando comprava alguma coisa era para o marido, filhos ou para a casa. Sim a casa era a vida de minha mãe!
Lógico que os tempos mudaram e a mulher foi adquirindo espaço na nossa sociedade. Primeiro como ser humano e depois como um ser feminino. As mulheres aprenderam a usar armas de sedução. Chamar uma mulher de sensual há anos atrás era o mesmo que ofendê-la. Hoje todas as mulheres querem se sentir sensuais e desejadas!
As mulheres quiseram tanto se igualar aos homens que copiaram justamente o seu pior traço: o impulso sexual. O relacionamento sexual que deveria ser o clímax de um relacionamento virou uma coisa banal. As pessoas dizem oi e pimba!
O resultado de toda essa loucura é a quantidade de crianças sem pai, de famílias esquisitas, onde ninguém se entende.
Meninas que começam a vida sexual aos 10, 12 anos, quando seu corpo ainda está em formação. Algumas nem sabem que podem engravidar ou o que pode acontecer.
Os meninos, em nome dessa liberdade que a mulher alcançou, aproveitam para sair passando o rodo geral e o pior, sair falando (como se fazia há 10, 20 anos atrás) e as meninas acham que estão abafando.
Quem acaba sofrendo as conseqüências de toda essa liberdade são os avós, que acabam servindo para dar um lar para as crianças sem pais.
Pais e educadores se sentem culpados por não conseguir reverter essa situação, mas essa geração mais do que discordar, discute violentamente e não vê autoridade em ninguém!
Quando eu era criança, muitas vezes, minha mãe apenas olhava e eu sabia que ela não estava gostando do que estava fazendo e parava na mesma hora. Hoje eu falo uma, duas, três vezes com o meu filho e ele não para! Não existe palavra de ordem que pare essa geração! E você não pode bater, pois existem leis que protegem as crianças, agora eu pergunto quem nos protegerá deles?
De primeiro, os pais achavam mais fácil criar um menino do que uma menina, hoje em dia, eu acho que a dificuldade é a mesma, pois os dois se igualam em rebeldia e em atitudes, não há diferença alguma.
É certo que as mães hoje em dia têm que trabalhar o dia inteiro e, quando chegam em casa só pensam em descansar e se preparar para o dia seguinte, mas isso não explica esse descontrole geral da juventude.
Esse descontrole está todos os dias em nossos telejornais. Jovens atacam prostitutas, empregadas domésticas em ponto de ônibus, aposentados em briga de trânsito, destroem boates...
Venho notando que as meninas vem se endurecendo, não são mais tão sentimentais e apaixonadas, apenas querem curtir e, com isso acabam passando por cima de todos, até delas mesmas.
Os meninos ficam perdidos em meio a esse “tiroteio” feminino e sonham com uma mulher que realmente seja verdadeira e que os ame, mas essa mulher não existe mais e acabam se entregando a depressão e ao desespero.
É certo que a população não irá diminuir por falta desse amor, pois crianças continuam nascendo, mas família é uma coisa que não existe mais. O que me parece é que o sexo é mais importante que qualquer outra coisa nesse mundo torto em que vivemos, como se fosse o único sentimento que sobrou fosse o prazer sexual.
Voltamos a ser animais em busca apenas da reprodução da espécie, nada mais importa.
E se essa loucura toda estivesse trazendo felicidade para as pessoas, pelo menos valeria a pena, mas as pessoas estão a cada dia mais infelizes, frustradas, incompletas.
Não estou sendo moralista, nem estou pregando a volta da moral e dos bons costumes, apenas estou pedindo um pouco mais de bom senso das pessoas ao invés de se destruírem tanto e depois se arrependerem.
As coisas se distorceram de tal maneira que tudo que era errado é feito como se certo fosse. Não há mais amor, união, família, nada!
Eu, que sempre fui uma pessoa sentimental, estou me tornando uma pessoa fria ou pior, medrosa, pois não sei mais o que pode acontecer se eu sair para me divertir e topar com um grupo desses pela frente. Acabo com medo de me relacionar com estranhos e até de conviver com as pessoas.
Fico realmente triste é quando eu penso que tenho um filho e que ele está crescendo! Eu não sei no que ele vai se transformar, pois quando está comigo logicamente não é igual quando está em grupo. Sei que não posso fechá-lo em uma redoma, entretanto fico muito temerosa a cada vez que ele sai, mas também não em como proibir porque eu não tenho como fiscalizar.
É muito estranho para mim atender telefonemas durante o dia inteiro de garotas procurando pelo meu filho. Pelos deuses! Que inversão de valores são esses? Quando eu tinha a idade dele, as meninas davam o número do telefone para os meninos e ficava olhando para ele o dia inteiro, se fosse necessário, esperando que ele ligasse! Esperávamos semanas e se ele não ligasse a gente ficava super triste, achando que tinha sido muito atirada, que tinha feito algo errado, mas esperávamos.
As meninas não iam ao encontro dos meninos ou em suas casas, criavam situações em que pudesse encontrar o “eleito”. Mesmo as mais atiradinhas, procuravam esconder esse traço.
Hoje em dia não, elas fazem questão de ir em cima, ligam o tempo todo e agarram mesmo na cara dura.
O que será do meu filho quando for mais velho?
Será que vai ser mais um pai solteiro e frustrado por descobrir que a garota que ele amava não prestava?
Gostaria de poder reverter essa situação e plantar uma semente de amor e dignidade no coração dos nossos jovens, embora uma semente demore em se transformar em uma planta madura sempre haverá uma esperança.
Temos que nos preocupar em cobrir o buraco negro no coração das pessoas, iluminando seus dias com palavras de delicadeza e gentileza. Vamos multiplicar o amor.
Quem sabe assim, conseguiremos que nossos filhos, sobrinhos, alunos e vizinhos resolvam copiar nossos gestos e, com isso, modificar o futuro da nova geração.