quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Amigos importantes
Eu conheço muita gente importante, ou que pelo menos se acha importante.
Depois de muito tempo, esse ano encontrei uma amiga dos tempos de colégio e ela veio logo se apresentando: Eu hoje sou uma renomada escritora, mas você já sabia disso.
Nesses tempos tão complicados para literatura brasileira, renomada escritora é a Bruna Surfistinha e eu nem me lembrava de ter estudado com ela!
Eu estou realmente cansada de gente que se acha mais importante do que outros. A mulher não fez mais nada da vida dela, não casou, não teve filhos, portanto, se não tivesse tempo o suficiente para escrever e ter, pelo menos 1 livro publicado, seria realmente caso de suicídio!
Esse ano foi ótimo, encontrei todos os meu amigos "bem sucedidos". Um deles tentou até me convencer que trabalhava no setor de informática da prefeitura e que tinha feito todo o programa de sistema de segurança da cidade, mas se divorciou e a ex ficava com todo dinheiro dele, não sobrando um centavo nem para ele trocar o escort 95 dele.
O carro do cara tem a idade do meu filho...
Uma categoria de amigos importantes que encontrei esse ano foi aquela que usa a maternidade como profissão.
Uma tinha um filho com desembargador, a outra com um jogador de futebol, que, para a sorte dela não era o Bruno e, a que me pareceu mais feliz foi a que tinha um filho com um funcionário de auto cargo na Petrobrás que nem questionou o valor da pensão.
Cheguei até pensar em como eu tinha sido burra: Podia ter aproveitado os "áureos tempos" em que eu andava nas altas rodas e ter engravidado de algum figurão, depois era só aproveitar a vida.
Eu sempre imaginei que "mãe por profissão" fosse usado no sentido figurado, mas quem tem bunda, peito e cabelo louro, entende tudo ao pé da letra e algumas até se deram bem na empreitada.
Uma coisa que me deixou super deprimida foi entrar em contato com o Colégio Salesianos de Santa Rosa para pedir para eles me enviarem uma foto da minha turma.
Eu vi que eles estava disponibilizando fotos para que os alunos baixassem e resolvi pedir a foto da minha turma para eles, já que não sou mais aluna e não tenho um número de matrícula para fazer login.
Eu entrei em contato com o fale conosco e recebi uma mensagem muito educada e agradável que me pedia para entrar em contato com o memorial do colégio.
Caramba! Nem morri e já fui parar no museu do colégio. Tudo isso porque eu pedi uma foto de 1986!
Passado os 30 segundos de depressão, entrei em contato com o memorial do colégio, que não demorou 1 hora para me responder, sempre prestativo e simpático que me enviariam a foto assim que ela fosse localizada nos arquivos.
Agora realmente tinha sido demais para a minha auto-estima: Além de ter ido parar nos arquivos de memória do colégio, ainda ia demorar para me localizarem.
Eu já nem sei se essa foto vai me fazer muito bem, afinal é uma foto preto e branca e analógica!
Todo mundo que não tem uma bunda grande fica horrível numa analógica!
Quando finalmente chegou a foto, mais decepção: Além de não lembrar do nome de muito mais da metade das pessoas, ainda demorei um bom tempo para me encontrar nela.
Quando finalmente me reconheci na foto, fui mostrar ao meu filho que em 5 segundos me veio com a frase:
- É a aquela carinha de rato no alto da escada.
Carinha de rato?
Não esperei nem um minuto. Assim que meu filho saiu fui ao cabeleireiro!
Já estava a própria múmia com carinha de rato!
Para variar, demorei um tempão no cabeleireiro, esqueci de avisar em casa, não levei o celular e, cortei o cabelo num corte muito pouco diferente do que corto sempre.
Resultado: Mudaram as moscas!
Cortei, fiz escova, mudei a cor e continuo com a mesma aparência!
Não tem jeito não. O tempo passou, não engravidei de nenhum figurão para garantir uma aposentadoria, não virei escritora famosa e só me resta ouvir do meu filho que tenho carinha de rato!
Pelo menos ainda posso ter a a companhia dos meus cachorros que não se importam muito com o que me pareço.
Essa é mais uma resolução que tomei: Ano que vem vou me juntar ao "grupo dos fracassados", pelo menos são mais honestos.
Jogo dos sete erros:
Se não conseguiram me localizar na outra foto, na da formatura da faculdade, nem pensar.
Postado por
Anônimo
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quarta-feira, dezembro 08, 2010
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3 comentários:
adorei a postagem... Katia, que texto legal... incrivel quando a gente encontra as pessoas elas sempre deixam um jeitinho de mostrar que estao melhores do que nós, ou do que eram no passado. amei o jogo de sete erros, mas fiquei perdida, nao consegui te encontrar... vc ta diferente na foto que vejo.
adorei o jogo de sete erros, mesmo sendo um fracasso nele.
bjs...
Sou uma mutante, estou diferente a cada foto.
Sou a segunda da direita para a esquerda, com o cabelo preso e vestido anos 50.
bjs
om dia Kátia!!! pois realmente a quanlidade no mundo vive ameaçada. Devemois permanecer firmes e nunca perder a imagem do ser humamno são, em um mundo de tanta futilidade.
olha eu adforei seu cabelo viu> Também estou pensando em cortar o meu antes da minha viagem para Minas. Vou para a casa da mamãe.
BEIJOS,
Carla Fernanda
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