segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Entradas para o cinema, 12,00. Pipocas, 3,00. Amizade; não tem preço





Magnólia e Amália se conheceram no dia em que Magnólia mudou-se para o seu novo apartamento após a separação.
Magnólia não parecia nem um pouco afetada pelo fato e só sabia falar de como o seu ex era importante e de como era gorda a sua pensão.
Falou sobre seu filho e de como tinha traçado os planos para seu futuro e convidou Amália para saírem e lançar no Shopping.
Esse foi o primeiro erro de Amália.
As duas foram ao Shopping, se divertiram levando as crianças nos brinquedos – Amália tinha um filho quase da mesma idade do de Magnólia – e lançaram no final da tarde.
Amália era uma pessoa simples que gostava de conversar, fazer amizades, mas tinha uma vida mais regrada e, é claro, com muito menos dinheiro do que a nova amiga, já que o marido ganhava muito menos do que a pensão do “magnata”.
Amália não se importava, era feliz assim.
Magnólia, apesar de todo o seu dinheiro, era uma pessoa muito sozinha.
Como não tinha ninguém para acompanhá-la às compras, compra tecidos caros e manda uma costureira fazer suas roupas, para ter com quem dividir a sua opinião, que é claro, embora não concorde, está sendo paga e não discute.
Magnólia começou a chamar Amália para sair e, todas as vezes que tinha um empecilho qualquer, Magnólia resolvia com um talão de cheques e os quatro podiam sair sem maiores problemas.
Certa vez, Magnólia queria ir ao parque e Amália disse que tinha que dar banho nos cachorros. Magnólia pegou o celular e mandou um Pet Shop pegar os cachorros e levar para o banho, mas não só daquela vez e sim durante o mês, assim Amália ficava livre para poder sair sem a “desculpa” de lavar “os bichinhos”.
E assim Magnólia acabava resolvendo todos os problemas de Amália até que ela ficava completamente livre para sair com ela.
Amália não concordava com “todo esse luxo”, mas, tentava se esquivar e não conseguia.
Os anos se passaram e “os garotos” se tornaram amigos, entretanto, havia “um abismo” entre eles: o dinheiro.
Aos poucos “os meninos” acabaram tendo outros amigos, o que foi deixando Magnólia cada dia mais irritada, pois, ninguém fazia mais por ele do que ela e, ninguém além dela merecia atenção.
As coisas foram tomando um rumo cada vez mais difícil para Magnólia!
Amália, apesar da amizade com Magnólia, mantinha uma boa relação com a maioria dos moradores.
O que não acontecia com Magnólia que todos que se aproximavam a odiavam logo de início.
Amália olhava as coisas que Magnólia fazia com excentricidades, coisa de gente que tinha muito dinheiro e não sabia o que fazer com ele.
Tudo ia bem até que o filho de Magnólia se queixou da ausência do filho de Amália, dizendo que ele agora tinha novos amigos mais interessantes que ele.
Magnólia se sentiu ofendida, humilhada por “favelados” e resolveu humilhar os “malditos”: Convidou-os para sair e na volta resolveu falar poucas e boas sobre o filho de Amália.
Magnólia fez questão de humilhar o garoto na frete da mãe de todas as maneira e formas!
Amália deixou-a falar e, ao final se manifestou:
- Você está pensando que ter dinheiro te faz uma pessoa melhor?
Enganou-se. Aliás, eu nunca te disse os adjetivos que usam para você em nosso prédio porque eu nunca tinha visto esse seu lado possessivo e arrogante.
Aliás, também, eu quero que você saiba que eu não gosto completamente de você, apenas respeito a sua maneira de ser, mas se você não me respeita...
Suas roupas podem custar muito, mas são de gosto duvidoso, suas atitudes não são melhores do que uma prostituta da Praça Mauá e seu filho veste roupa de viado!
Magnólia interrompeu:
- Você é uma ingrata, pois eu resolvo os seus problemas antes de você pensar!
- FODA-SE! Ter problemas é que faz a gente não cometer suicídio! É que faz a vida ter sentido.
Magnólia desesperada:
- Agora não quero mais vocês em minha vida! – entrou em seu carro importado com motorista e “largou” mãe e filho num shopping longe de casa.
Os dois pegaram duas conduções para casa e retomaram a vida no dia seguinte.
Magnólia, como nunca mais arrumou amigos, continua ligando para um número de celular que não existe mais porque foi trocado.
Amália segue a sua vida porque o principal é viver!


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