domingo, 29 de julho de 2007

As maravilhas do mundo moderno

Há anos atrás, quando não existia tanta tecnologia, muitas de nossas lembranças se perdiam com o tempo.
Eu vivia cantarolando uma música que perguntava para as pessoas e elas não sabiam o nome, nem se lembravam dela. Comecei a achar que ou ela não existia ou era de um outro conjunto. Digitei a frase que me lembrava dela e a encontrei em um blog de um homossexual (não riam) e o nome dela também. Tudo em pouquíssimos segundos.
Com auxílio de um outro site, o orkut, enviei o pedido para os participantes para que me enviassem e pronto!
Uma música que eu não sabia nada sobre ela, derrepente, descobri o nome, o artista, o álbum, e a própria música em menos de 12 horas!
Nem precisa dizer que passei o dia inteiro ouvindo a minha música!
Sem contar os amigos que achei que havia perdido total contato e os encontrei depois de anos sem nem ouvir uma notícia sequer!
Foi uma grata surpresa ligar meu computador num dia de manhã e ler um recado da minha melhor amiga do tempo de adolescente!
Muitas vezes já chorei lembrando de pessoas que achei que nunca mais encontraria e tive a grata surpresa de reencontrar através da internet.
Eu perdi muito o contato com as pessoas depois que me casei. Não sem bem porque fiz isso, mas me isolei do mundo depois que me casei. Hoje me sinto muito sozinha por isso.
Hoje a internet tem me ajudado a corrigir esse erro, pois realmente sinto falta de pessoas que foram importantes para mim.
Também sinto que a minha personalidade ficou prejudicada depois que deixei de ter coisas minhas, meus amigos, minha turma e passei a viver um função de uma condição social.
A tecnologia vem me ajudado muito, pois através dela voltei a estudar, a escrever, a consultar, tudo!
Ainda tem coisas que não consigo fazer sozinha, preciso que meu filho, meus alunos ou para os amiguinhos de meu filho. Afinal, computador é coisa de criança e só elas podem manuseá-las com total habilidade.
Um conhecido meu, que não entende muito bem como essas coisas funcionam, disse para mim que “a internet é coisa do demônio”. Eu não concordo muito com isso, pois a internet pode até ser coisa do demônio, mas está a serviço dos deuses, pois facilita a vida de todos e aproxima as pessoas, leva conhecimento para aqueles que não podem sair de suas casas, oferece material gratuito para muitos que não podem gastar, soluções para problemas, ajuda no dever de casa das crianças, tudo pode ser resolvido com um simples conectar de fios e máquinas.
Eu sei que eu ainda estou engatinhando no que se refere a internet, também não tenho certeza de que alguém realmente tenha conhecimento de tudo que se pode fazer através da internet, mas hoje eu não consigo sequer imaginar a minha vida sem ela.
Se eu para pensar na alegria que eu senti hoje ao “baixar” uma música de 1989!
Isso mesmo 1989! Seria quase impossível encontrá-la sem o auxílio da internet.
Sabem aquelas músicas que você acha tão linda que queria ter sido você o autor?
Bem essa música tem um caso de amor comigo. Eu não discordo de nenhuma palavra, nada.
Enquanto eu ouvia a música, que eu julgava que jamais iria ouvir de novo (pensava ter sonhado que ela existia), ficava imaginando onde eu estava em 1989...
Eu estava cheia de planos e no segundo ano de faculdade. Talvez se tivesse ouvido melhor a letra da música, talvez não tivesse feito tantas besteiras. Não sei, pois o SE sempre conspira contra nós. A gente sempre pensa que poderia ter feito melhor do que fez, entretanto, como não temos segunda chance, pelo menos estou resgatando minhas memórias.
Tenho guardado e também compartilhado minhas lembranças como se fossem verdadeiros tesouros e, se você parar pensar direitinho são, pois fazem parte de um tempo que não voltam mais.
Quando eu era criança, nós saíamos de férias no final do ano (única época em que meu pai podia parar de trabalhar) e meu pai nos colocava dentro do carro e nos levava para o sul de Minas Gerais e, a certa altura, o rádio não “pegava” mais e ele do nada começava a cantar. Essas músicas já eram antigas nessa época e nunca pensei que poderia encontrá-las, mas na internet tem de tudo um pouco!
Não tem um dia sequer que eu não ligue a internet, nem que seja para dizer um oi para os meus amigos, tenho que entrar, é como um vício. Sem contar que, cada vez que acho um pedaço da minha história, lembro de um outro que ficou perdido e que gostaria de tentar resgatar.
Não sei se vou viver o suficiente para montar o quebra-cabeça da minha vida, mas pelo menos eu estou tentando.

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