domingo, 30 de janeiro de 2011
Uma noite em 67
Todos os domingos eu tiro para assistir filmes e "jiboiar" no sofá.
Semana passada assisti o filme "Uma noite em 67". Mais do que um filme, é um documentário sobre o Festival da Virada da TV Record.
Um misto de nostalgia e saudades me levaram a fazer uma breve pesquisa sobre os festivais que começaram em 1965 e deixaram de ser realizados em 1985.
Os festivais de música popular brasileira transbordavam cultura e intelectualidade, porém, sem deixar de absorver o novo.
Realmente acho que os festivais incentivam jovens a ouvirem mais a nossa MPB e é realmente uma pena que as nossas emissoras de TV achem mais interessante produzirem reality shows do que incentivarem a cultura.
Eu cheguei a acompanhar 4 festivais produzidos pela TV Globo: MPB 80, MPB Shell 81 e 82 e o Festival dos Festivais em 1985.
Foi, inclusive, no festival de 1980 que passei a a ter contato com a música do grande menestrel Oswaldo Montenegro.
Primeiro me apaixonei pela sua interpretação, ao lado de Mongol, na música Agonia, de sua autoria, depois comprei o disco do festival e depois todos os outros discos, CDs, DVDs e tudo mais que ele produziu.
Foi nesse festival que surgiu a Sandra de Sá e o Jessé.
É assim que se leva cultura para os lares e não "espiando" quem vai ser a "bunda da vez".
Eu tenho achado o mundo um tanto quanto vazio, pois o jovem hoje não é estimulado a pensar, nem quando ouve música!
Meu filho me diria: "Mãe, música é para divertir e não para pensar!"
Mas eu fico realmente embasbacada quando ouço uma música do Gabriel O Pensador. O cara é simplesmente um gênio!
Alguém toca o Gabriel no horário comercial de uma rádio?
Eu tenho ouvido rádio quando estou na casa da minha mãe e tudo que ouço é um monte de funk e axé, um punhado de música idiota de rostinhos bonitinhos e mais nada!
Está certo que eu, na idade do meu filho, não era essa pessoa que transpirava cultura por todos os poros, mas graças aos festivais eu tinha o meu momento.
Foi também graças aos festivais que eu aprendi a tocar violão!
Graças às aulas de violão que comecei a me juntar com um pessoal que tocava e cantava.
E graças a isso tudo que comecei a escrever, compor e a pensar.
Entendem onde eu quero chegar?
Eu não sou lá uma escritora brilhante, mas eu tenho a necessidade de me manifestar, de pensar!
É realmente lamentável só ter programas inteligentes fora do horário comercial ou pela TV por assinatura!
Gostaria muito que alguma emissora de televisão ressuscitasse o festival de música popular brasileira, mesmo que timidamente, para que os nossos jovens pensem em uma outra oportunidade diferente de prestar teste para a Malhação ou para um reality show qualquer!
Deixo para vocês a música campeã em 1967: Ponteio.
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Anônimo
às
domingo, janeiro 30, 2011
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