quarta-feira, 11 de julho de 2007

O que se passa com o mundo?


O que se passa com o mundo?


Talvez eu tenha sido da última geração que conheceu um mundo em que realmente era possível sonhar. Hoje em dia vejo uma geração de acéfalos que não pensam mais por si, não têm opiniões e nem mesmo sabem por que estão vivendo.
Quando um professor entrava no primeiro dia de aula, a primeira coisa que perguntava para conhecer seus alunos era o que eles queriam ser quando crescessem e todos tinham respostas como engenheiro, advogado, professor, advogado e etc.... Mesmo os mais humildes tinham sonhos, havia um clima de esperança que pairava no ar e fazia com que todos acreditassem que seríamos melhores que nossos pais, que iríamos mais longe e que teríamos uma vida decente.
Não havia essa ambição desmedida, nós desejávamos uma vida normal com carro, dinheiro e casa. Uma família normal com pai, mãe e filhos.
Hoje em dia está todo mundo pensando em “uma maneira legal de se dar bem” não se importando por cima de quem o do que tenha que passar.
É claro que gente assim sempre existiu, mas não era uma totalidade como é nos dias de hoje. Hoje eu me sinto numa ilha cercada de gente que quer me derrubar por todos os lados!! Desconfio de tudo e de todos.
Por onde anda a honestidade? Por onde anda a vontade de ajudar ao próximo?
Não vejo mais essa vontade nem mesmo em igrejas, onde se deveria pregar o amor acima de tudo.
É muito triste ver que as pessoas não querem mais ter uma vida decente, as pessoas querem é se dar bem!
Hoje em dia, até mesmo atitudes inocentes escondem interesses escusos. Todos esperam em lucrar algo. Até mesmo a desgraça alheira pode render dividendos.
Não sei muito bem quando essa onda de falta de vergonha começou, só sei que o turbilhão afetou a todos por onde passou.
As coisas se desvirtuaram de tal maneira que os professores, antes considerados mestres, pois através do ensino transformariam o futuro, hoje são atacados pelos próprios alunos. Em breve, professor será uma raça em extinção, pois quem vai querer encarar 4 anos de faculdade para ganhar mal e ainda ser considerado como uma praga, como algo a ser exterminado?
A violência ronda nossas escolas, nossos condomínios, nossas ruas.
Realmente, há anos atrás nós não tínhamos tantas leis para nos proteger, mas eu me pergunto é a quem essas leis estão protegendo e de quem?
Criamos uma geração totalmente protegida quanto abuso dos pais, dos orientadores, mas quem nos protege deles? Essa geração acha que pode tudo, até mesmo as maiores atrocidades, pois nada vai acontecer com eles.
Minha geração pode ser acusada de contribuir para o aumento do buraco na camada de ozônio, de ter destruído a maior parte de nossa reserva ecológica, mas será que fomos nós que geramos esses monstros? Ou será que enquanto nos preocupávamos em mudar as regras políticas, em trazer a verdade à tona, em mudar as leis, fomos apenas massa de manobra e fomos usados mais uma vez?
Nós que lemos tanto, trabalhamos tanto, deixamos nossas crianças a mercê de um inimigo muito mais poderoso do que imaginávamos, a mídia!
Não responsabilizo apenas a mídia por tudo que está acontecendo, mas a todos nós. Ficamos tão cegos e obstinados com nossos ideais que não percebemos que o inimigo era mais poderoso do que imaginávamos e estava preparando um contra-ataque que nos machucaria em nosso lado mais sensível: a nossa família.
Todos cometemos muitos erros no passado, porém o futuro sempre pode ser mudado e cabe a nós fazermos isso. Mas como?
Eu vejo um futuro terrível para as nossas crianças e para o nosso planeta.
Sinto-me totalmente perdida diante da situação caótica em que nos encontramos e não vejo a quem possa recorrer, pois parece que o poder público que poderia nos ajudar não está nem um pouco preocupado com isso, ao contrário, aproveita-se da situação. Nossas crianças encontram-se totalmente despreparadas para o futuro que as espera.
Algumas vezes me pergunto se vale mesmo a pena aspirar por esse futuro sem respeito, sem humanidade, sem liderança, sem educação.
Hoje, pela manhã, ao pegar um ônibus lotado, fui simplesmente massacrada por uma senhora que nem ao menos me pediu licença. Para quê? Saiu empurrando e pronto.
Logo em seguida, vagou um lugar para sentar exatamente onde eu estava em pé e eu chamei a senhora para se sentar, afinal ela era idosa e aprendi que, por educação era o melhor a ser feito.
Aquela senhora, que fez a maior questão de me empurrar, ficou totalmente desconcertada quando viu que, apesar disso eu cedi o lugar para ela. Não era isso que esperava, com certeza não.
Há muito aprendi que um sorriso no rosto e uma boa educação são capazes de mudar o dia de uma pessoa e pode levá-la a refletir.
Abro agora uma campanha pela volta das palavrinhas mágicas: POR FAVOR, OBRIGADO, COM LICENÇA, AGRADECIDO, DESCULPA, BOM DIA, BOA TARDE, BOA NOITE.
Vamos usá-las no nosso cotidiano, sem pestanejar!! Temos que usá-las nos ônibus, nos mercados, em nossas casas, nos nossos trabalhos, o tempo todo!
Temos que tentar humanizar esse mundo desumano! Colocar um sorriso no rosto, apesar das adversidades, nem que seja para colocar uma pulga atrás da orelha daquela sua amiga invejosa.
Não estou propondo que nos tornemos um bando de imbecis e que fechemos os olhos para a situação, apenas que a encaremos com educação e simpatia. Que tentemos amenizar mais ao invés de revidar, fazendo deste um mundo um pouco melhor para vivermos.

Um comentário:

Roderick Verden disse...

Concordo plenamente contigo. Ótimo post!

Não suporto mesmo gente sem educação. Gentileza é fundamental.