terça-feira, 17 de novembro de 2009

Escrever é a minha terapia


Escrever é realmente melhor que terapia!
Ontem eu tentava contar para o meu marido um fato que me afligia e ele se lembrou de outro fato que era mais importante para ele falar do que me ouvir.
Esperei que ele contasse, embora tivesse me interrompido, para terminar a minha história. Lógico que ele se lembrou de outra coisa e me calei novamente, só que dessa vez suas palavras me soaram como: “Blá, blá, blá Whiskas sache”.
Depois da sua vigésima história eu já não tinha realmente vontade de falar mais nada, pois estava claro que não importava para ele.
Fui dormir frustrada, pois eu realmente queria ser ouvida. Queria exorcizar algo que estava dentro de mim.
Um misto de raiva, ódio e desilusão tomaram conta de meus pensamentos. Não conseguia entender porque ser ouvida era assim tão difícil, porque o que eu queria falar era tão insignificante.
Hoje ao acordar, me livrei das minhas “obrigações” rapidinho só para poder escrever.
Depois de conseguir finalmente colocar para fora tudo que me aborrecia, eu finalmente senti como se tirasse um peso das minhas costas. Como se tudo que me aborrecesse tivesse sumido por encanto e eu pudesse caminhar mais tranqüila.
Quando a gente passa a vida guardando coisas dentro da alma os dias se tornam pesados, cansativos. E não ter ninguém nesse mundo disposto a compartilhar isso com você vai te deixando frutado, mal humorado.
Ninguém, hoje em dia, quer mais compartilhar mais nada.
Ontem eu mesma deixei de compartilhar as história de meu marido à partir do momento que percebi que ele não queria compartilhar as minhas. Isolei-me em meu mundo de sonhos e pensamentos.
Alguém vai ler o que escrevi?
Não sei, mas tenho certeza que se alguém se der ao trabalho de chegar ao final do meu texto vai se sensibilizar de alguma forma com o que eu escrevi e meus medos e dúvidas serão compartilhados com alguém que realmente se importou.
A maioria das pessoas querem ser ouvidas sem sequer se darem ao trabalho de ouvir também. Outras tantas pouco se importam com os sentimentos dos outros.
Quando alguém não se importa em te ouvir é porque não se importa com você.
Escrever é a minha maneira de colocar para fora tudo que me assombra.
Todas as pessoas tem fantasmas que as assombram e esqueletos escondidos em armários e se não se consegue exorcizá-los acaba se tornando até uma pessoa mal humorada.
Desde menina que eu consigo me expressar melhor escrevendo do que falando. Talvez porque quando a gente escreve reflete melhor sobre o assunto e coloca as idéias em ordem.
Se existisse uma só pessoa que quisesse me compreender, bastaria acompanhar o que escrevo. Mais do que acompanhar essa pessoa deveria entender as entrelinhas, compartilhar de um sentimento.
Assim como me calo quando percebo que as pessoas não querem me ouvir, também nunca obriguei que os amigos lessem e comentassem o que escrevo. Eu escrevo porque me faz bem, porque passa uma borracha em tudo que me aflige, não para as pessoas lerem e pensarem: “Nossa! Come ela se expressa bem!”
Passei a minha vida no anonimato e nele hei de morrer. Nunca fiz questão em me destacar, em chamar a atenção. Os únicos seres desse mundo que me dedicam atenção incondicional são meus cachorros e isso me basta.
Quando eu percebi que algumas pessoas passavam pelo meu blog e podiam deixar comentários maldosos e, na maioria anônimo, passei a moderar e deixar de publicar.
Sinto muito, eu não sou e nem pretendo ser o centro do universo, sou apenas mais um ser que caminha por esse mundo e que gostaria que alguém realmente se importasse.


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