sexta-feira, 8 de agosto de 2008

O mar


Eu gosto do mar, das ondas batendo nas pedras, no misto de gosto de sal e areia que fica na boca após um final de tarde na praia.
Chego a ouvir o barulho das ondas quebrando nas pedras numa tentativa inacreditável de inundar o mundo. Porém, até mesmo as ondas perdem as forças e se rendem à força do homem.
Vez por outra, ouve-se falar de uma revolta da natureza onde as ondas impõem suas vontades e causam catástrofes, mas, no geral, o que acontece mesmo é que as ouvimos gritar, esbravejar, mas se deixar subjugar.
Cada onda que chega a praia não passa desapercebida, pois seu estrondo faz-se ouvir de longe, porém o que para muitos parece uma ameaça, é apenas um lamento de dor, um pedido de acalanto, de amparo.
Apesar de estar muito longe de qualquer praia, eu consigo ouvir o mar em meus ouvidos.
Consigo acompanhar o seu vai-e-vem incessante em meus pensamentos.
O mar está tão presente em meu caminhar que nem mesmo uma concha poderia reproduzir tão perfeitamente o som em meus pensamentos.
Os homens roubam do mar territórios, mas o mar devolve tudo que lhe é emprestado.
Por ele podemos dar a volta ao mundo, conhecer novos continentes, novas amizades, mas nem residem vida e morte em perfeita harmonia. Feio e belo, amores e tragédias.
É nele que muitos esperam respostas para seus temores e angústias, mas em vão, pois não entendem as suas palavras.
Eu ainda consigo ouvir o mar. Talvez porque ainda tente entender o que ele me falou.

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